Sp. Braga desiste de Schettine e acusa Santa Clara de se vergar ao Benfica - TVI

Sp. Braga desiste de Schettine e acusa Santa Clara de se vergar ao Benfica

Tondela-Santa Clara

SAD bracarense fala em «teatro de marionetas»

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O Sp. Braga anunciou esta segunda-feira que desistiu da contratação de Guilherme Schettine, como o Maisfutebol tinha noticiado, acusando o Santa Clara de se vergar aos interesses do Benfica, o que provocou a saída da SAD bracarense da corrida.

Num longo comunicado, o Sp. Braga detalha toda a história de negociações com o Santa Clara para a contratação do ponta de lança e termina por denunciar o que dizer ser um «lógica vertical de influências».

O comunicado começa por indicar que «em inícios de maio deste ano», o Sp. Braga «manifestou interesse no jogador Guilherme Schettine, tendo procurado informar-se das condições para a sua contratação, através de um empresário que representou esta Sociedade nos contactos com o Santa Clara».

«O Sp. Braga foi informado que a SAD açoriana aceitaria negociações pelo valor de três milhões de euros, omitindo que a cláusula de rescisão é de dois milhões. Perante tal valorização, o Sp. Braga não concretizou o seu interesse e afastou-se de qualquer negociação», pode ler-se.

Mais tarde, e «após o fecho do campeonato», o Sp. Braga tomou conhecimento que «o Santa Clara negociava o jogador com o Benfica por 1,5 milhões de euros» e que «o avançado permaneceria no plantel do Santa Clara» por empréstimo.

«A 29 de julho, o Sp. Braga foi informado pelos representantes do jogador que Guilherme Schettine rejeitava a transferência para o Benfica, por entender que desportivamente não era a opção que melhor servia as suas ambições imediatas. Nesse cenário, o Sp. Braga reiterou o seu interesse, após saber pelos empresários de Schettine que havia o compromisso por parte do Santa Clara de negociar pelos mesmos valores discutidos com o Benfica», adiantam.

«A 31 de julho, os empresários de Schettine contactaram o administrador do Santa Clara, Diogo Boa Alma, confirmando quais as condições impostas para a negociação, independentemente do clube que apresentasse a proposta. Foi informado pelo administrador Diogo Boa Alma que seria aceite qualquer proposta de 1,5 milhões de euros. Há registos áudio e um email que comprovam esta tomada de posição por parte do Santa Clara.»

Nessa altura, e «informado das condições», o Sp. Braga garante ter «concordado com as mesmas», pelo que «nesse mesmo dia, formalizou uma proposta que satisfazia as pretensões do Santa Clara».

«Tal proposta, enviada de forma oficial, não obteve qualquer resposta», acrescenta.

«A 1 de agosto, o Santa Clara contactou o jogador e os seus representantes para a marcação de uma reunião, no dia seguinte, em Lisboa, com os responsáveis do Benfica. Guilherme Schettine e os seus empresários recusaram reunir.»

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O comunicado adianta que «perante a ausência de resposta do Santa Clara à proposta apresentada pelo Sp. Braga, o presidente António Salvador contactou diretamente o administrador Diogo Boa Alma, que afirmou que não negociaria com o SC Braga por ter um compromisso pessoal para colocar o jogador no Benfica e por temer represálias, remetendo para a cláusula de rescisão e assim faltando à palavra dada aos representantes do jogador».

«A 2 de agosto, e apresentando-se como representante dos interesses do Benfica, José Luís Gonçalves (ex-diretor de futebol do CD Aves) entrou em contacto com o empresário do jogador, Javier Rangel, pedindo uma reunião com o presidente do Benfica e garantindo que tanto Guilherme Schettine como o seu agente seriam 'bem recompensados'. Tal abordagem pode ser facilmente comprovável», acrescentam.

Ora por isso, o Sp. Braga concluiu que «perante o impasse existente, por força da vontade expressa do jogador e da intransigência do Santa Clara», não pode prolongar a espera pelo desfecho da operação.

«Este longo episódio, aqui denunciado, não é caso único, mas antes a demonstração de uma realidade profundamente entranhada: o futebol português transformou-se num teatro de marionetas. Sociedades que deviam competir num plano de igualdade resignam-se a uma lógica vertical de influências, na qual 'manda quem pode e obedece quem tem juízo' e onde se multiplicam operações que escapam à lógica desportiva», termina.

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