O Gil Vicente somou os primeiros pontos fora de casa na presente edição da Liga ao vencer na Vila das Aves (1-2) no jogo de abertura da jornada 11 do principal escalão do futebol português. Foi ao ritmo do senegalês Baraye que o galo aprendeu a levantar a crista longe de Barcelos, uma vez que foi um bis que do avançado que ditou o triunfo.
A equipa de Vítor Oliveira consegue pela primeira vez vencer dois triunfos consecutivos, o que se traduz numa importante almofada de conforto para um conjunto com as vicissitudes conhecidas após a subida direta do Campeonato de Portugal para a Liga. Esta primeira vitória fora surge nas Aves, onde mora um cada vez mais desamparado Desportivo das Aves a carregar a lanterna vermelha no último lugar.
Com Leandro Pires de forma interina no comando técnico, os avenses somaram a décima derrota consecutiva, atravessando uma situação muito delicada. Aproveitando o momento de intranquilidade avenses, o Gil assumiu o poleiro mantendo-se organizado na espera do erro alheio. Baraye esteve exímio a aproveitar esses erros.
Baraye depois do músculo
Num confronto que teoricamente é direto entre dois emblemas na luta pela permanência, a qualidade de jogo ressentiu-se precisamente disso nos instantes iniciais. Os jogadores mais pareciam gladiadores, sobraram duelos musculados numa disputa acérrima pela posse de bola. No meio dessa luta faltou técnica, lances de perigo e emoção a uma primeira meia hora deprimente.
Depois do músculo chegaram os golos na reta final da primeira metade. Três golos em dez minutos; aí sim a conferir emoção ao jogo. Baraye, senegalês emprestado pelo Parma ao Gil Vicente deu nas vistas e colocou o conjunto de Vítor Oliveira a vencer com uma margem confortável, bisando na partida.
A estreia a marcar teve lugar na ressaca de um livre lateral, o senegalês aproveitou que a defesa avense foi lesta atirar a bola da sua área, combinou com Rúben Fernandes e apontou um bom golo com um remate de primeira.
FICHA E FILME DE JOGO
Em cima do intervalo voltou a ser exímio a aproveitar o erro adversário o senegalês, atirando de muito longe para a baliza deserta do Aves. Erro de Aflalo numa interceção incompleta, foi a meio do seu meio campo comprometer, deixando que o atacante gilista rematasse em mais um gesto técnico assinalável. Dois golos de diferença davam margem de conforto ao Gil, que podia gerir o jogo de acorde com as suas conveniências.
Yamga não deixa o jogo morrer
Só que a vantagem e dois golos dos gilistas durou apenas um minuto. Yamga não ficou satisfeito e não deixou o jogo morrer, reduzindo a desvantagem ainda antes do intervalo. Trabalho primoroso no interior da área, a driblar dois adversários para se colocar em posição de remate, atirando de pé esquerdo para o fundo das redes.
Jogo vivo na segunda metade. Depois da adrenalina da reta final da segunda metade voltou o músculo a imperar. Cresceu o Aves com o instinto natural de quem tem de correr atrás do prejuízo. Manteve-se organizado o Gil, segurando a vantagem mínima e espreitando aqui e ali dar a estocada final no jogo em contragolpe.
O marcador não mexeu, prevaleceu compacto o Gil Vicente e de uma assentada, ainda que à condição, dá um salto na tabela classificativa ultrapassando cinco adversários. Décima derrota consecutiva, está cada vez mais desprotegido o Aves no último lugar.