271 dias depois e Santa Maria da Feira a despedir-se da Liga num misto de sensações.
O Feirense, já condenado à descida, pôs fim à série mais negativa da história da Liga e venceu pela primeira vez em 32 jornadas. O «sabor» dos três pontos que Filipe Martins tanto pedia: 2-1 na receção a um Desp. Aves já tranquilo e que teve rótulo sub-23 em campo. Triunfo contra a negatividade a dar os 20 pontos no adeus à Liga.
Em dia de decisão do título nacional, o Estádio Marcolino de Castro recebia a honra e a vontade dos locais em busca da primeira vitória no campeonato desde 20 de agosto de 2018. Do outro, a vontade e a oportunidade aos campeões da liga e taça Revelação, lançados por Augusto Inácio.
O Feirense saiu a ganhar com reviravolta na segunda parte, num jogo de ritmo baixo e resolvido à cabeçada. Jorge Fellipe teve-a primeiro para dar vantagem aos avenses, mas Edinho e João Silva, da mesma forma, completaram a cambalhota no marcador na segunda parte.
Depois de dois empates gordos, 4-4, Filipe Martins só mudou dois titulares. Já Inácio operou meia dúzia de alterações, numa tarde especial para uns quantos: a fórmula ofensiva foi à base dos sub-23, com estreias absolutas a titular para Varela, Miguel Tavares e Ricardo Rodrigues. André Ferreira e Mato Milos também voltaram ao onze, após algum tempo de ausência. Haveria espaço e tempo para mais, num jogo de tranquilidade para os avenses e testes para Inácio.
Feirense-Desp. Aves: os destaques da despedida da Liga
A primeira parte esboçou o que seria um jogo ausente de plena intensidade, mas com vontade em deixar uma boa imagem final. A que tantas vezes fica.
Tiago Silva deu o primeiro aviso aos sete minutos, estava lá André Ferreira. Depois, Babanco e Marco Soares, já sem o guardião no lance, viram dois oponentes cortar um golo certo (13’). O tempo soltou os meninos do Desp. Aves ao ataque e Ricardo Rodrigues só não desviou o cruzamento de Rodrigo porque Caio Secco se antecipou. Contudo, a serventia do lateral brasileiro não demorou a dar frutos.
A livre de Rodrigo, Jorge Fellipe cabeceou de forma imponente para o fundo da baliza, desfazendo o nulo aos 31 minutos. O golo fez a diferença ao intervalo e, até ele, o Aves controlou, perante um Feirense inconsequente e inofensivo ao ataque.
Feirense-Desp. Aves: a ficha e o filme do jogo
Esse figurino mudaria, contudo, no reatamento. Filipe Martins lançou Luís Machado e Edinho. Saíram Marco Soares e Mesquita, numa declarada intenção atacante para trazer frutos e quebrar o acentuar de recordes negativos.
O Desp. Aves, quase sempre perigoso pela velocidade e jogadas ao primeiro toque dos homens da frente, ainda avisou num remate em bico de Ricardo Rodrigues, mas foi novo golo de cabeça a alimentar o marcador. Edinho reencontrou-se com os golos mais de quatro meses depois, ao desviar o cruzamento de Babanco (62’).
O filme até à reviravolta seria idêntico. O Desp. Aves teve nova ocasião soberana, mas Diego Galo, solto, cabeceou por cima. Melhor mira teve João Silva, completando o canto de Vítor Bruno para o 2-1 (76’).
Além de Derley, Inácio ainda permitiu a estreia de Szymonek e Bruno Lourenço na Liga, mas nada mais mudou, nem numa ocasião soberana de Varela, na cara de Caio. Em comum, cabeça e comunhão entre jogadores e adeptos. O escalão é que será diferente em 2019/2020.