Farense-Marítimo, 2-1 (crónica) - TVI

Farense-Marítimo, 2-1 (crónica)

Revolução resultou em cheio

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Com estados anímicos idênticos e no fundo da tabela, só a vitória interessava às duas equipas. O Farense vinha de uma eliminação precoce da Taça de Portugal perante o Estrela da Amadora, do Campeonato de Portugal, que valeu um puxão de orelhas do presidente João Rodrigues na passada sexta-feira em pleno treino. O Marítimo, que mudou de treinador, não vencia desde o dia 3 de outubro, quando surpreendeu o FC Porto em pleno Dragão. E assim continua, porque os algarvios saíram por cima: triunfo por 2-1 a tirar os homens de Sérgio Vieira da zona de descida e a atirar os insulares para o último lugar.

Os dois treinadores operaram várias alterações no onze. Sérgio Vieira foi mais "revolucionário", mudando seis jogadores em relação ao jogo da Taça. Na baliza até era esperada a troca de guarda-redes, com Defendi a recuperar a titularidade. Na defesa, Alex Pinto e César Martins saíram lesionados na Reboleira: entrou Bura e Amine foi adaptado na direita. Na esquerda, Fábio Nunes rendeu Abner e no ataque, Mansilla e Stojiljkovic cederam os lugares a Hugo Seco e Patrick Fernandes. Vieira também mexeu taticamente e colocou a equipa em 4x2x3x1, em vez do habitual 4x3x3. Com pragmatismo e eficácia, o Farense levou a melhor, num jogo com várias oportunidades de golo para as duas equipas.

No Marítimo, o interino (ou não...) Milton Mendes, que rendeu Lito Vidigal depois da derrota com o Benfica, alterou três peças, também com a equipa em 4x2x3x1: apostou em Guitane, médio francês que foi titular pela primeira vez, trocando de extremos: Jorge Correa e Milton, em vez de Joel Tagueu e Rúben Macedo.

A revolução nos algarvios resultou em combatividade, uma equipa disponível na entreajuda entre os jogadores, minimizando prejuízos que algum erro pudesse provocar. No lado contrário, os índices de combatividade também estiveram em alta e assistiu-se a um jogo bem disputado, com emoção até ao fim, mesmo após os madeirenses ficarem reduzidos a dez com a expulsão de Milson (67m).

O Marítimo foi a primeira equipa a criar perigo, com Fabrício a estar no caminho da bola e impedir que Irmer marcasse. Respondeu o Farense, com golo: Fabrício ganhou a bola a meio-campo, lançou Ryan Gauld e este Bilel que, na cara de Charles, finalizou para o 1-0 (10m).

A equipa visitante respondeu bem, encostou o Farense, mas foi inconsequente no último terço, batendo no muro algarvio que se ergueu à frente de Defendi. Quando conseguiu ultrapassá-la até foi perigoso: Milson quase provocou autogolo de Fabrício Isidoro e Rodrigo Pinho, antes do intervalo, ainda marcou, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo. Fora isso, a melhor oportunidade até ao descanso foi do Farense, quando Patrick Fernandes cabeceou a rasar a trave, na compensação.

Depois do intervalo, Milton Mendes arriscou no ataque, com a entrada de Jean Cléber, passando para 4x4x2. O Farense foi recuando, adivinhando-se o golo dos madeirenses, devido à pressão exercida. Assim aconteceu pela cabeça de Rodrigo Pinho (quem haveria de ser?) ao minuto 60.

Mas os madeirenses nem tiveram tempo de festejar, porque no minuto seguinte, Jean Cléber derrubou Hugo Seco na área. Hugo Miguel assinalou grande penalidade e Ryan Gauld apontou sem dar hipótese de defesa a Charles (63m), colocando de novo os algarvios em vantagem, segurada até final com o reforço da linha recuada, com a estreia do central Ricardo Ferreira. Mesmo com dez o Marítimo teve duas boas oportunidades, por Irmer e Tagueu, mas Defendi salvou a equipa. No último lance do jogo, Pedro Henrique podia ter dilatado a vantagem do Farense, mas Charles negou e o apito final chegou logo depois.

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