Benfica: as dores de cabeça que o Desp. Chaves deu para o Clássico - TVI

Benfica: as dores de cabeça que o Desp. Chaves deu para o Clássico

Benfica-Chaves

Números mostram que Lage pode ter dificuldade em escolher o onze para o jogo com o FC Porto

A tarefa de Bruno Lage para escolher o onze titular que vai fazer alinhar no Clássico com o FC Porto não vai ser fácil. Porém, com certeza, qualquer treinador gostaria de ter este tipo de problemas antes de um jogo tão importante.

É pelo menos isso que retiramos ao olhar para os dados resultantes da goleada imposta pelas águias ao Desp. Chaves.

Mas vamos por partes. Comecemos pelo centro da defesa, onde Lage teve de improvisar perante a ausência de dois jogadores que já tinham sido opção até ao momento: Jardel e Ferro.

Com o capitão lesionado e o «reforço» recrutado na equipa B castigado, a opção recaiu em Samaris. Uma adaptação que não foi inédita, mas da qual o grego sai com excelente imagem.

Aliás, segundo os dados recolhidos pela Sofascore para o Maisfutebol, com base nas estatísticas da Opta, Samaris foi mesmo o segundo melhor em campo, com uma nota de 7,9 em 10, apenas atrás do 8,2 de João Félix.

E assim, Samaris torna-se na primeira boa dor de cabeça que Lage leva do jogo com o Desp. Chaves para o Clássico com o FC Porto.

Depois de uma exibição em que fez cinco desarmes, ganhou oito dos 11 duelos disputados, teve uma eficácia de passe acima dos 90 por cento e acertou 12 dos 13 passes longos que tentou, com que justificação é que o treinador o pode tirar daquele que muitos já apelidam de «jogo do título»?

Bem, a solução mais fácil seria fazê-lo voltar à posição natural, de médio defensivo, não é verdade?... Talvez não seja assim tão simples, dizemos-lhe já.

É que aí entra na equação Florentino, o jogador escolhido para ocupar a posição que tem sido quase sempre de Samaris. E o que fez o jovem campeão da Europa de sub-17 e sub-19? Pois bem, fez uma exibição que lhe valeu a terceira melhor nota de todos os jogadores em campo (7.7, a mesma conseguida por Grimaldo).

O jogador formado no Seixal fez quatro interceções, cinco desarmes em sete tentativas, ganhou 12 dos duelos que disputou e também teve uma percentagem de passe acima dos 90 por cento.

Se calhar não será tão fácil retirar de campo um jogador que ainda tem a vantagem de conhecer perfeitamente todas as ideias de Bruno Lage, com quem trabalhou desde o início da época na equipa B.

Seguimos então para a frente. A dupla Seferovic-João Félix tem sido de uma eficácia desconcertante nos últimos jogos, com golos e assistências para todos os gostos. São por isso intocáveis? Diante do conjunto flaviense, ambos voltaram a brilhar, marcaram um golo cada um, João Félix foi mesmo quem teve melhor nota, e o suíço também saiu muito bem cotado. 

Isso será suficiente para lhes garantir o lugar? Talvez, mas quem está no banco é um «jovem» Jonas que depois de ter ouvido Bruno Lage dizer que estava «doido» para entrar em campo, entrou… e brilhou.

Com 18 minutos em campo, o avançado brasileiro fez três remates, dois dos quais na direção da baliza, tendo um deles dado o 4-0, mas ainda fez um «passe chave» que só não terminou no fundo da baliza porque António Filipe fez uma defesa enorme após remate de Pizzi.

E além dos números do jogo de segunda-feira, Jonas carrega com ele o peso de ter sido o melhor jogador do Benfica nas últimas épocas. Mas será isso suficiente para sentar no banco um dos concorrentes no lugar?

Bruno Lage terá a palavra. Mas antes disso, deve ter de lidar com uma bela dor de cabeça.

 

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