Clássicos em série a abrir 2020: ascendente do dragão e tendências - TVI

Clássicos em série a abrir 2020: ascendente do dragão e tendências

Sporting-FC Porto

Depois do Sporting-FC Porto, o Sporting-Benfica e o FC Porto-Benfica em pouco mais de um mês. Dragão em vantagem neste «campeonato» e no estatuto histórico frente aos rivais

2020 começou com um clássico que permitiu ao FC Porto quebrar um longo jejum e repetir uma proeza histórica e afundou ainda mais o Sporting, a uma distância recorde da liderança. E segue dentro em pouco com dérbi em Alvalade, a fechar a primeira volta, e ainda no início de fevereiro com FC Porto-Benfica, o ciclo dos três clássicos de Liga particularmente concentrado em pouco mais de um mês. Sendo que pelo meio pode haver outro duelo entre Sporting e FC Porto na final da Taça da Liga, mas isso são outras contas. Na Liga, a vantagem no campeonato dos clássicos, que tem tendencialmente peso real nas contas da luta pelo título, é para já do FC Porto, que vai reforçando nesta época um estatuto de ascendente sobre os rivais que construiu nas últimas décadas.

Alvalade era na última década o campo mais difícil para o FC Porto, o que dá ainda maior dimensão ao triunfo de domingo, o primeiro do dragão em casa do Sporting para o campeonato desde 2008. Mas nas contas gerais do clássico o FC Porto já tinha uma vantagem que construiu no final do século passado e no início deste, estendendo-se também aos duelos em Alvalade: entre 2000 e 2006 ganhou três em seis visitas, e na década anterior tem seis triunfos em dez visitas. Para a Liga, em casa do Sporting, o saldo é de 45 vitórias dos «leões», 21 empates e 20 triunfos do FC Porto, uma percentagem de vitórias de 23 por cento dos «dragões».

Historicamente, o FC Porto tem nesta altura melhor registo global nos clássicos tanto com o Sporting como com o Benfica para a Liga. É uma vantagem naturalmente mais sólida nos jogos em casa, mas como visitante também venceu mais vezes no terreno dos rivais do que estes em sua casa.

Saldo histórico dos Clássicos para a Liga:

FC Porto-Benfica: 50V/21E/14D

FC Porto-Sporting: 47/24/14

Benfica-Sporting: 46/24/15

Sporting-FC Porto: 45/21/20

Benfica-FC Porto: 43/26/17

Sporting-Benfica: 32/21/23

Mas a vantagem histórica mais desequilibrada, a favor do Benfica, sempre olhando apenas para as contas da Liga, é no saldo geral do dérbi: as águias têm 46 por cento de vitórias nos duelos frente ao Sporting, contra 39 por cento do FC Porto tanto com Benfica como com Sporting.

Foi nas últimas décadas que o FC Porto consolidou o ascendente, que ainda era favorável aos rivais no final do século passado. Isso fica claro se olharmos apenas para os resultados deste século, período em que o FC Porto tem 49 por cento de vitórias sobre o Benfica e 46 sobre o Sporting. Essa tendência é menos clara no caso do dérbi, onde o equilíbrio já vem mais de trás.

Saldo dos Clássicos neste século:

FC Porto-Sporting, 13V/4E/2D

FC Porto-Benfica, 11/5/3

Benfica-Sporting, 9/6/4

Benfica-FC Porto, 8/7/5

Sporting-Benfica, 7/7/5

Sporting-FC Porto, 5/8/7

Empate histórico no dérbi em Alvalade

Nestas contas gerais o dérbi em casa dos leões é um caso à parte. O Sporting-Benfica tem nesta altura um saldo de equilíbrio total, sem que o leão faça valer o fator casa. Na Liga, em 85 duelos, o Benfica ganhou 32, tantos quanto o Sporting, e houve 21 empates. Nas últimas dez épocas o Sporting apenas por uma vez venceu o dérbi de Alvalade para a Liga, em 2011/12. O Benfica ganhou quatro vezes, a última das quais na época passada, e houve cinco empates. O duelo de 17 de janeiro pode portanto servir para esse desempate histórico.

Nesta altura o Sporting está a 16 pontos da liderança, dificilmente com expectativas realistas de lutar pelo primeiro lugar, naquela que é a sua segunda pior época de sempre em termos de distância pontual para o comando, desde os 21 pontos de 2012/13. Mas estará muito em jogo no dérbi, na luta pelo título entre Benfica e FC Porto, mais ainda três semanas antes de se defrontarem no Dragão.

O que pesa o «campeonato dos Clássicos»

O duplo triunfo na Luz e em Alvalade, que o FC Porto conseguiu pela primeira vez em 17 anos, depois de o ter alcançado em 2002/03 numa época de recorde absoluto, 100 por cento vitorioso no «campeonato dos clássicos» sob o comando de José Mourinho, quebra um enguiço antigo e reforça a candidatura do dragão, que era aliás dos três «grandes» aquele que estava há mais tempo sem conseguir uma dupla vitória em casa dos rivais. O Benfica conseguiu-o na época passada, pela primeira vez em quase 30 anos, e o Sporting alcançou a proeza há quatro anos, em 2015/16. Em ambas essas temporadas essa dupla vitória como visitante valeu o título oficioso de «campeão» dos clássicos, ainda que no caso do Sporting não tenha chegado para ser campeão nacional.

Essa época 2015/16 é aliás uma das poucas exceções à tendência que consagra o peso dos clássicos na decisão do título: o Benfica acabou por ser campeão tendo perdido três jogos com os rivais e ganho apenas um, o que nunca antes acontecera. Nos últimos 20 anos, só por cinco vezes o campeão não foi o melhor no conjunto dos clássicos entre os três ditos «grandes»: em 2000 e em 2002, nos dois últimos títulos do Sporting, em 2004/05 e 2005/06 e na tal época 2015/16. Dados que estão em linha com a tendência histórica da Liga.

O FC Porto fez para já o pleno, quando ainda lhe faltam ambos os clássicos da segunda volta. Está a meio caminho e a história também diz que é muito difícil fazer o pleno: além daquele FC Porto de 2002/03, só tinha acontecido antes por uma vez. Neste século, só mais duas equipas ficaram perto: o Benfica da época passada, que fez 10 pontos em 12 possíveis nos clássicos (empate em casa com o Sporting logo na 3ª jornada e vitórias nos outros três jogos), e o FC Porto de 2010/11, que também só cedeu um empate frente ao Sporting, em Alvalade.

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