O banco de Espírito Santo ainda não rende - TVI

O banco de Espírito Santo ainda não rende

Académica-FC Porto (Lusa)

Benfica continua a ter os suplentes mais prolíficos

A Liga 2016/17 volta nesta sexta-feira com dois jogos entre quatro equipas que, entre elas, não têm nenhum suplente a sair do banco e a marcar golo.

O Maisfutebol olhou para os golos do campeonato saídos do banco e, nesse aspeto, o Benfica é a equipa mais prolífica. No entanto, é o Arouca, adversário do FC Porto neste fim de semana, que tem a curiosidade de marcar mais golos a sair do banco do que dos titulares.

Metade das equipas do campeonato ainda não teve um único suplente a fazer golos.

O banco do FC Porto, por exemplo, ainda não rendeu qualquer festejo aos azuis e brancos, um caso único entre os três grandes.

Apesar de Layun ter marcado no play-off com a Roma e de Depoître e Corona terem feito o mesmo ao Gafanha, na Taça de Portugal, o campeonato tem confirmado que os suplentes portistas marcam menos do que os rivais. Foi assim na época passada, está a ser assim este ano. Mesmo no total das provas, os portistas têm três, leões quatro e encarnados seis. No ano passado, a diferença foi a seguinte em todas as provas: FC Porto 8, Sporting 10, Benfica 17.

Fiquemos na Liga. Em 2015/16, houve cinco golos do FC Porto saídos do banco. Com dois, Brahimi foi o único jogador a conseguir mais do que um nessa condição. Se este ano o peso do banco é de zero, por enquanto, na época passada correspondeu a 7,46 por cento dos golos da equipa no final da Liga. À sétima jornada de 2015/16, os dragões tinham um apenas.

O benfiquista Raul Jimenez foi o jogador que marcou mais golos como suplente na época anterior. Fez quatro, menos um do que o banco do FC Porto

Diga-se que apenas duas equipas ficaram abaixo do Dragão em 2015/16 em termos percentuais, mas isso não deve ser encarado como um problema.

A Académica teve 21,8 por cento dos golos a serem apontados por suplentes e no quarto lugar aparece o União da Madeira. Ou seja, duas equipas que desceram e cujos números são influenciados pelos poucos golos que marcam no global.

Por isso, a comparação portista deve ser feita com Benfica e Sporting, os clubes que têm os mesmos objetivos.

Neste ano, como se disse, os da Luz têm quatro golos de suplentes e lideram essa estatística. O banco rendeu 23,5 por cento dos golos em 2016/17 e, diga-se, teve bastante influência nos pontos alcançados.

Como se verá mais abaixo, Evandro foi um de dois jogadores suplentes a dar pontos ao FC Porto na época passada

Lisandro abriu o marcador em Tondela, Jimenez apontou o empate com o Vitória de Setúbal e Carrilo fez o 2-1 na Choupana quando o jogo estava empatado. Apenas o golo de Cervi não teve influência pontual, pois entrou nas contas de um jogo que já estava resolvido.

Na época passada, o Benfica foi a equipa que marcou mais golos dessa forma também: 11, com quatro de Jimenez, o melhor suplente em termos de golos.

O segundo melhor marcador da época anterior como suplente foi Fredy Montero. O colombiano fez três dos sete golos que os leões apontaram a sair do banco.

Curiosamente, depois de Montero sair, apenas um jogador do Sporting fez golos como suplente no campeonato passado: Bruno César, no Dragão.

Nesta Liga, os golos leoninos saídos do banco são de Bas Dost (Vila do Conde), Elias (Guimarães) e André (casa com Estoril). Esses três golos correspondem a 18,75 por cento do total de golos do leão na Liga 2016/17. Ao fim e ao cabo, só o de Elias contribuiu diretamente para pontos, pois o do compatriota colocou o jogo com o Estoril em 4-1 e o do holandês só serviu para atenuar a derrota com o Rio Ave.

Ora, de volta ao início, de volta ao Arouca.

Os golos de suplentes frente aos totais das equipas e respetiva percentagem

A equipa de Lito Vidigal tem 60 por cento dos golos marcados no campeonato a saírem do banco de suplentes. São três em cinco, é um facto, mas Walter Gonzalez é um de dois futebolistas que marcou mais do que uma vez nessa condição. Na época passada, o paraguaio marcou os dois golos arouquenses no Dragão, embora como titular, mas nesta época já festejou frente a Benfica e Sp. Braga.

Nas contas da Liga, o peso que os suplentes têm nos golos finais não tem mudado assim tanto de época para época.

Nesta temporada, correspondem a 12,65 por cento dos golos apontados por todas as equipas. Na época passada, à sétima jornada, tinham um peso de 11,18. No final de 2015/16, eram 11,43 por cento dos golos dos 18 clubes, enquanto uma época antes correspondiam a 13,36.

Mais do que o peso no total em si, os golos de suplentes têm maior relevância pelos pontos que dão à equipa. E nesse aspeto, a conta é simples: há oito bancos que ainda não renderam nada em golos, um deles bem grande.

Ora, já se disse que o FC Porto marcou, na época passada, menos golos de jogadores saídos do banco do que os rivais e isso também corresponde a menos pontos ganhos com golos de suplentes.

El avioncito - tudo o que marcou na época passada foi transformado em ouro para o Sporting: três golos, nove pontos

Não é preciso lembrar aos sportinguistas a importância de Fredy Montero neste aspeto particular. O colombiano fez três golos como suplente e todos a garantir três pontos para o Sporting, ainda que frente ao Sp. Braga tenha feito o segundo dos leões e Slimani o terceiro (v 3-2). Ou seja, Montero «deu» nove pontos ao leão.

Já de Aquilani pode dizer-se que influenciou com a Académica (num 3-1, fez o terceiro golo, a assegurar a vantagem), Bruno César com o FC Porto, no Dragão (também o terceiro golo numa vitória por 3-1 num Clássico) e Gelson marcou no 2-2 em casa com o Tondela.

Diretos, diretos, Montero garantiu 9, Gelson um, mas a influência do banco serviu para segurar 16 pontos.

Raul Jimenez teve mais ou menos o mesmo efeito que Montero, mas no Benfica.

Seis pontos diretos, em Vila do Conde e Coimbra e ainda o primeiro golo do 3-2 em casa com o Moreirense. Talisca marcou o 2-0 com o Marítimo, no Funchal, numa altura em que o Benfica estava reduzido a dez unidades e Mitroglou deu três pontos com o Estoril. No total, 15 pontos, com o golo de Carcela a fazer o 2-0 na Luz, mas perante um Boavista que mal incomodou e o de Samaris que entrou na goleada de 5-1 ao Sp. Braga.

Quanto ao FC Porto: seis pontos diretos. Brahimi marcou o golo da vitória com a Académica, Evandro com o Moreirense.

De resto, nem o golo de Osvaldo, nem o de Aboubakar tiveram influência.

Tal como o banco do FC Porto nesta Liga, por enquanto.

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