Villas-Boas: «Não é normal os grandes perderem tantos pontos» - TVI

Villas-Boas: «Não é normal os grandes perderem tantos pontos»

André Villas-Boas

Técnico diz que pontos perdidos por Benfica e FC Porto são «bom sinal para o campeonato português porque há um reforço de competitividade»

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André Villas-Boas considera que «não é normal» os grandes portugueses perderem tantos pontos na I Liga.

«Não é normal, não é comum, porque os grandes não costumam perder tanta quantidade de pontos. Também é um bom sinal para o campeonato português, porque, de certa forma, podemos dizer que há um reforço de competitividade», afirma aos jornalistas portugueses o treinador campeão e vencedor da Liga Europa pelo FC Porto em 2011, durante um estágio do Marselha no Algarve.

Nas duas últimas épocas, FC Porto, em 2018/2019, e Benfica, em 2019/2020, estando em primeiro lugar numa determinada fase do campeonato, desperdiçaram vantagens semelhantes e viram os rivais fugir na tabela.

«Normalmente, distâncias como estas - de seis ou sete pontos - eram suficientes para se ganhar vantagem e espaço de manobra que levariam o primeiro classificado até ao título», assinala André Villas-Boas.

No ano passado, recorda, «o FC Porto perdeu essa mesma distância, o que levou ao título do Benfica, e agora inverteram-se esses papéis, com o Benfica a perder essa vantagem para o FC Porto».

Adepto do FC Porto, o atual treinador do Marselha espera festejar o regresso do seu clube aos títulos.

«O FC Porto entrou nesta reta final depois de ter ultrapassado todos estes grandes obstáculos e espero que consiga chegar ao título. Espero que se sagre campeão. No ano passado, perdemos essa vantagem e não conseguimos o título, pelo que seria bom regressar novamente aos triunfos», antecipa.

O FC Porto, primeiro classificado com 76 pontos (mais oito do que o Benfica), precisa apenas de somar um ponto na receção da próxima quarta-feira ao Sporting para garantir o seu 29.º título de campeão.

André Villas-Boas, que guiou o Marselha ao regresso à Liga dos Campeões, considera que a conclusão antecipada da liga francesa por imposição do Governo, devido à pandemia de covid-19, foi uma «boa decisão».

«Tendo em conta o que se vê em toda a Europa - com o cansaço acumulado, o excesso de competição num período de tempo curto e, de certa forma, jogos nem sempre bem jogados -, foi uma boa decisão. Acabámos por terminar na segunda posição com o mérito de uma época bem conseguida e em que nos mostrámos fortes», afirmou.

Villas-Boas chegou ao Marselha, que tinha sido quinto classificado na liga francesa em 2019, e alcançou o segundo lugar nesta edição da prova, com 56 pontos em 28 jogos, menos 12 pontos do que o campeão Paris Saint-Germain (menos um jogo).

«Foi uma felicidade enorme. Foi um objetivo que definimos dentro do grupo e conseguimos alcançar», diz, apesar de um início titubeante, que poderá ter afastado as hipóteses de lutar pelo título.

«Houve um período, entre as jornadas sete e 12, em que perdemos bastantes pontos, que nos poderiam ter aproximado [do PSG] um pouco mais tarde, se mantivéssemos esta média pontual, mas nunca, penso, para poder chegar ao primeiro lugar».

De resto, dar luta ao Paris Saint-Germain continua a ser tarefa quase impossível. «O PSG dispõe de outros meios financeiros e desportivos, face à qualidade dos seus jogadores, e encontra-se num patamar, para nós, difícil de chegar», sublinhou o técnico, que quer «desfrutar» do regresso à mais importante competição europeia de clubes.

«É uma prova que queremos mais aproveitar do que nos ser imposta uma qualificação para os oitavos de final. Vamos aproveitar, com a qualidade que temos, tentar disputá-la da melhor forma e esperar que o sorteio nos dê um grupo mais acessível», refere Villas-Boas.

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