«Regresso em maio? O futebol não pode ser mais papista do que o Papa» - TVI

«Regresso em maio? O futebol não pode ser mais papista do que o Papa»

João Pedro Mendonça (foto: CD Nacional)

João Pedro Mendonça, presidente da Associação de Médicos de Futebol, acredita no regresso das provas profissionais no próximo mês

[foto: CD Nacional]

O presidente da Associação de Médicos de Futebol (AMEF) considera «otimista, mas não irrealista» o cenário de um regresso do futebol em maio.

João Pedro Mendonça, médico do Nacional, lembra que tudo dependerá das instruções dadas pela Direção Geral da Saúde (DGS), mediante a evolução da pandemia de covid-19, mas acredita que continua a ser possível colocar em prática o plano da Liga, que passava por um regresso aos treinos no início de maio, com a competição retomada no final do mesmo mês.

«A minha ideia é de que, a partir do momento em que exista autorização para retomar a atividade desportiva, por parte da DGS, a partir do momento em que não exista risco de rutura do Serviço Nacional de Saúde, temos de, gradualmente, e com os procedimentos corretos, retomar a nossa vida normal, sob pena de não morrermos do vírus e morrer da catástrofe económica que isto está a gerar», refere o clínico, em declarações ao Maisfutebol.

«As datas são especulativas, como é óbvio. O plano é otimista mas não irrealista. Até dia 17 [de abril] vamos ter estado de emergência, garantidamente. Não me admirava que fosse prorrogado até final do mês de abril. Se isso acontecer, acredito que seja possível, a partir de maio, retomar a atividade desportiva, de forma gradual. E se for assim, até será possível começar, no final de maio, a primeira das dez jornadas que faltam. Agora se daqui a uns dias ou daqui a umas semanas isto disparar…», justifica.

João Pedro Mendonça insiste sempre no cumprimento das indicações da DGS, mas lembra que os atletas merecem menos preocupações do que outros grupos, e por isso defende que o levantamento das restrições deve abrir uma janela para o regresso do futebol.

«O futebol deve ir atrás das indicações da DGS, mas não deve ser mais papista do que o Papa», defende.

«Uma pessoa de 70 anos com patologia cardíaca ou respiratória, é diferente de uma pessoa saudável de 20 anos. O comportamento deve ser inteligente: grupos de risco devem ter procedimentos mais restritivos, se calhar confinados mesmo. Os outros, que à partida não têm esse risco, não devem comportar-se da mesma forma. Devemos retomar a vida normal, com balizas definidas pela DGS. Os atletas, como é evidente, fazem pare dos grupos de pessoas que têm menos risco», defende.

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