Benfica-Belenenses, 2-0 (crónica) - TVI

Benfica-Belenenses, 2-0 (crónica)

Pragmatismo substitui nota artística

Desde 1982, com Sven-Goran Eriksson, que não se via arranque tão imaculado do Benfica na Liga. Cinco jogos, cinco vitórias. Muitas virtudes, mas ainda algumas arestas por limar nesta águia em construção.

E uma má notícia para dar anexada a uma vitória justa, mas sem brilho por aí além e poucos momentos verdadeiramente empolgantes: a lesão aparentemente grave de Grimaldo, que saiu de maca a 20 minutos do fim, com muitas queixas no tornozelo direito.

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Quatro dias após o triunfo sobre o Lech Poznan na Polónia, o Benfica apresentou-se em campo com três alterações no onze: Rafa regressou ao onze e Weigl e Seferovic foram opções iniciais para Jesus pela primeira vez nesta edição da Liga.

E o jackpot saiu aos encarnados logo aos 6 minutos, num lance concluído por Seferovic a passe de Grimaldo.

A equipa de Jorge Jesus teve talvez o melhor quarto de hora do jogo após o golo madrugador. Os homens de Petit tardaram a encontrar a bússola, mas nunca deixaram de procurar o rumo certo. Aguentaram o choque e chegaram a defender com as linhas juntas após novos sustos provocados sucessivamente por Everton e Seferovic.

Gradualmente, a partida desceu de intensidade. Tornou-se pachorrenta e aos visitantes foi-lhes permitido respirar. Mais do que isso: ganharam ânimo e discutiram o jogo sem voltarem a passar por momentos de sufoco. Faltou-lhes, no entanto, atrevimento para ambicionarem sorte diferente.

Remataram pela primeira vez aos 33 minutos, pouco antes de Varela ter introduzido a bola na baliza de Vlachodimos: 111 centímetros separaram o Belenenses do sucesso.

Em gestão inteligente ou manifestamente incapaz de mais e melhor, o Benfica realizava uma exibição controlada mas pálida, que só começou a ganhar colorido aquando a entrada de Waldschmidt aos 58 minutos, quando Jesus trocou Seferovic e o errático Taarabt pelo alemão e por Pizzi.

É sabido que Waldschmidt dá profundidade, sobretudo pela forma exímia com que descobre espaços nas costas dos defesas para isolar companheiras, mas também pela inteligência com que se posiciona lá. Percebeu-se que seria aí que poderia estar a chave do jogo. Depois de esbanjar o 2-0, o alemão assistiu Darwin para a estreia do uruguaio a faturar na Liga e o ponto final no jogo.

Nota artística? O pragmatismo também é uma receita válida para o sucesso. Mesmo quando isso parece não assentar bem a este novo Benfica.

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