Benfica-Tondela, 2-0 (crónica) - TVI

Benfica-Tondela, 2-0 (crónica)

Benfica-Tondela (José Sena Goulão/Lusa)

Positivo, mas pouco

«Temos de ser melhores do que o adversário em todos os momentos do jogo. Se pudermos ganhar com nota artística, ideal, no Benfica só ganhar não chega. É isso que pretendemos fazer e é para isso que trabalhamos durante a semana. A nossa ideia é voltar às vitórias.»

A frase é de Jorge Jesus, na conferência de imprensa de antevisão à receção do Benfica ao Tondela.

Uma das ideias, diga-se, foi concretizada com sucesso.

No Estádio da Luz, o Benfica venceu o Tondela, por 2-0, e regressou às vitórias, depois do empate registado nos Açores, com o Santa Clara. Os encarnados mantêm-se a quatro pontos do líder Sporting, que minutos antes ganhou na Madeira, ante o Nacional.

A outra ideia, a da nota artística, é que esteve muito longe de concretizar-se.

Mas atenção, ponto prévio: a vitória das águias foi inteiramente justa e não merece qualquer tipo de discussão. O clube da Luz esteve sempre por cima do jogo, passou 80 por cento do tempo instalado no meio-campo adversário e teve oportunidades suficientes para conseguir um resultado mais dilatado.

Mas, ainda assim, foi curto, quando comparado ao que esta equipa já fez, no início da temporada, e em relação ao tal Benfica «arrasador» que Jesus prometera quando foi apresentado, no verão.

O técnico das águias fez regressar Pizzi para o meio-campo, para fazer dupla com Weigl, e juntou o também regressado Seferovic a Darwin Núñez.

Mas não se pode dizer que tenha sido uma aposta propriamente ganha.

O Benfica teve muita bola, instalou-se desde cedo no meio-campo de um Tondela que também não teve a astúcia necessária para incomodar Vlachodimos, mas, durante grande parte do tempo, foi só isso.

Weigl e Pizzi deram alguma qualidade de circulação à formação da casa, que depois tinha pouco seguimento no último terço. Gilberto e Grimaldo jogaram muito projetados no ataque, mas sempre com tendência para procurar terrenos interiores. Aí, o jogo afunilava e facilitava a tarefa ao conjunto beirão, compacto e bem organizado defensivamente.

No primeiro tempo, só mesmo Darwin, aos 24 minutos, obrigou Babacar Niasse a defesa apertada. De resto, o Benfica foi ameaçando aqui e ali, mas sem grandes sobressaltos para o guarda-redes tondelense.

Passe de Pizzi desbloqueou o marcador, Murillo assustou e Waldschmidt... descansou Jesus

A etapa complementar começou praticamente com o 1-0: Pizzi, com um grande passe, descobriu Darwin e o uruguaio assistiu Seferovic. Se nos primeiros 45 minutos, as coisas não tinham resultado para a dupla de avançados, na segunda parte só precisaram de 11 minutos para fazer mossa.

A partir daí, o jogo descomplicou-se para o Benfica. Os encarnados continuaram a ter o domínio do jogo, sem nunca, no entanto, ameaçar muito a baliza de Niasse, e foram conseguir manter o Tondela afastado da sua baliza.

Até aos 86 minutos: já depois de um primeiro aviso tímido de Salvador Agra, Jhon Murillo surgiu na cara do golo e quase empatou o jogo. Valeu Vlachodimos e Vertonghen, que despachou a bola quase em cima da linha de golo.

Nos descontos, Darwin voltou a servir um companheiro para o 2-0 final, desta feita Luca Waldschmidt. Do grande susto provocado por Murillo, minutos antes, as águias passaram para um resultado mais confortável, mas não convincente, até por força desse calafrio final.

Se, como Jesus diz, «no Benfica só ganhar não chega», bem pode dizer-se que esta foi mais uma noite em que o técnico das águias não pode ficar satisfeito, já que a nota artística, ao contrário do frio, raramente apareceu, apesar do golo de belo efeito de Seferovic – pela jogada em si. Dado triunfo, o jogo foi positivo para o emblema da Luz, sim. Mas pouco.

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