Marítimo-FC Porto, 1-1 (crónica) - TVI

Marítimo-FC Porto, 1-1 (crónica)

Dragão sem arte escorrega no Caldeirão

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A maldição voltou e o FC Porto voltou a escorregar no Caldeirão. Ante um Marítimo muito personalizado e aguerrido taticamente, os dragões só conseguiram esta quarta-feira levar um ponto da Madeira, com o golo que selou a igualdade a ser anotado a seis minutos dos 90. 

Os dragões foram para o intervalo a perder por 1-0, em consequência de uma primeira parte muito desinspirada, embora também provocada por um conjunto insular que encarou o jogo com muita assertividade e pragmatismo.  

Depois de duas vitórias nas últimas duas temporadas - que interromperam uma série de seis épocas sem vencer no Estádio do Marítimo, a equipa nortenha, voltou para casa cabisbaixa, mas por culpa própria, face ao desacerto que evidenciou em vários momento do jogo, e sobretudo em zona de finalização. 

Para este este embate, da 9.ª jornada da I Liga, Sérgio Conceição repetiu o onze apresentado contra o Famalicão, tendo Nuno Manta operado apenas uma alteração, com Bambock a entrar para a frente do eixo da defesa verde-rubro. 

O duelo começou algo morno, sem intensidade. Mas aqueceu rapidamente depois de Mbemba, aos seis minutos, cabecear à figura de Amir, em zona central e já perto da pequena área, na sequência de um pontapé de canto. 

O Marítimo, cedendo a iniciativa de jogo aos dragões, entrou a defender num bloco baixo, com linhas bem juntas. O FC Porto espraiou o seu jogo pelas alas, mas cedo encontrou dificuldades, tanto para furar a estratégia dos insulares, como para parar as transições rápidas lançadas quando os verde-rubros recuperavam a esférico. 

A equipa de Nuno Manta, muito personalizada e aguerrida na disputa de todos os lances, começou a aproximar-se da área de Marchesín, e foi num lance de bola parada que acabou por chegar ao primeiro golo da partida. 

Correa bateu um canto desde esquerda do ataque insular, com Pelágio a desviar para o segundo poste, onde Danilo, ao tentar afastar o perigo, acabar por colocar a bola bem ao jeito do pé direito de Bambock, que em zona frontal na área de rigor, fuzilou, de primeira, o guardião portista.  

Decorria o minuto 11 e o Marítimo impressionava pelo rigor tático que estava a exibir em campo, ante um FC Porto que, algo nervoso, sentia dificuldades em acertar nas marcações, falhava passes e construía de forma muito denunciada.   

Aos 19, Luiz Días obrigou Amir a aplicar-se por duas vezes para impedir o golo do empate, tendo Manfá, cinco minutos depois, cabeceado de forma deficiente já muito perto da baliza do guardião internacional iraniano. 

O FC Porto começou carregar no acelerador, pressionando fortemente a primeira fase de construção dos madeirenses, mas o bloco baixo e coeso engendrado por Nuno Manta foi respondendo à medida, ora com faltas cometidas na hora certa, ora com roubos de bola e cortes muito assertivos.

Os dragões passaram a dominar as operações, mas sem inspiração para chegar ao golo - apenas criaram algum perigo através de bolas paradas que invariavelmente acabaram nas mãos de Amir - tiveram de se contentar com a desvantagem ao intervalo, que se aceitava face à postura do leão das ilhas. 

A equipa de Sérgio Conceição entrou para o segundo tempo disposta a apertar o colete-de-forças ao  conjunto insular. Mas não se livrou de sentir o primeiro susto, quando, na sequência da marcação de um livre direto, a bola desvia na barreira e causou problemas a Marchesín.

Seguiram-se depois uns bons 25 minutos de grande pressão junto do último reduto madeirense. Sem efeitos práticos, e por culpa de um Marítimo muito bem fechado e aguerrido na disputa de todos os lances, e de um FC Porto sem ideias, nervoso e com muito desacerto uma vez chegado à zona de finalização.

O técnico portista começou a arriscar mais. Zé Luís entrou para o lugar de Uribe, e depois lançou Nakajima, por troca com Mbemba. Do lado do Marítimo, Nuno Manta limitou-se a refrescar, com as entradas de Marcelino e Rodrigo Pingo, que renderam Correa e Nequecaur, respetivamente.

A dança das alterações acabou por sorrir aos dragões, embora com alguma sorte à mistura, e uma ‘ajudinha’ de Amir. Aos 84, na sequência de um canto cobrado desde a direita, o guardião iraniano sai fora de tempo e Soares cabeceia, levando a bola a bater em Pepe e a tomar o rumo da baliza. Grolli ainda se esticou mas acabou por tirar a bola já dentro da baliza.

O empate retirou confiança à ‘teia’ insular, injetando um ânimo endiabrado aos dragões. Mas as intenções dos nortenhos ficaram-se por um festival de grandes ocasiões perdidas.

 

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