A figura: Jonas
A crónica já procura fazer justiça à influência do brasileiro nestas tréguas benfiquistas. Abriu caminho à goleada com um golo «inventado» com um pormenor magnífico e foi festejar junto dos adeptos, como que a mostrar que estavam lançadas as bases para uma reconciliação. Teve mais duas ou três ocasiões para marcar, e ainda faz «meia-assistência» para o golo de Rafa. Foi ele a liderar a reação encarnada. Só podia.
O momento: minuto 48
O Benfica foi incapaz de afastar a insegurança na primeira parte, com uma exibição tão descolorida como tantas outras, mas logo após o reatamento teve (finalmente) um momento de reação à crise. Uma revolta liderada por Jonas, comemorada junto daqueles que é preciso reconquistar.
Outros destaques:
Rafa Silva
É um caso caricato no plantel do Benfica: a equipa atravessa um momento negativo, mas Rafa está a viver um dos melhores momentos a nível individual, e por isso não está tão atingido nos níveis de confiança quanto alguns dos colegas. Aqui e ali continua a definir mal, desperdiçando lances prometedores - aquele cruzamento tenso e precipitado para Jonas, depois de desarmar Bruno Nascimento, por exemplo -, mas até os números mostram que as suas prestações são mais firmes, ou não tivesse reforçado o estatuto de melhor marcador da equipa com o golo ao Feirense, o oitavo da época, já depois de ter “provocado” um autogolo.
Grimaldo
Na fase inicial da crise deixou críticas aos adeptos, e passado um mês ainda há quem o conteste por isso (até porque os resultados não têm ajudado à reconciliação), mas o espanhol continua a ter um papel de enorme importância na equipa, sobretudo no plano ofensivo. Mesmo na primeira parte deste jogo com o Feirense, a pior do Benfica, foi ele a criar quase todos os lances de perigo da equipa de Rui Vitória. E depois assumiu participação direta nos dois primeiros golos: cruzou para o tento de Jonas e fez uma notável abertura para Rafa no lance do autogolo de Bruno Nascimento.
Bruno Nascimento e Briseño
Ao intervalo os centrais do Feirense talvez fossem os dois jogadores de maior destaque no encontro, mas na segunda parte a muralha fogaceira ruiu. Briseño teve visão privilegiada para o trabalho fenomenal de Jonas no golo inaugural (mérito total do brasileiro, refira-se), e Bruno Nascimento acabou depois por marcar na própria baliza, ao tentar evitar um segundo golo do avançado brasileiro do Benfica. Dois momentos ingratos, convém dizer, que acabaram por condicionar a avaliação de uma dupla que começou muito bem o encontro.