Sporting rescinde todos os protocolos com as claques - TVI

Sporting rescinde todos os protocolos com as claques

Direção de Frederico Varandas termina apoios a Juve Leo e Directivo Ultra

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O Sporting anunciou este domingo, através de um comunicado, ter rescindido todos os protocolos com duas das claques do clube: a Juventude Leonina e o Directivo Ultras.

«O Sporting Clube de Portugal e a Sporting Clube de Portugal - Futebol, SAD informam que, na presente data, resolveram, com efeitos imediatos, os protocolos celebrados, no passado dia 31 de julho, com a Juventude Leonina e com o Directivo Ultras XXI», pode ler-se.

Na base desta resolução, acrescenta o comunicado, está  «a escalada de violência que ontem culminou com tentativas de agressões físicas a dirigentes e outros adeptos do Sporting».

Para além disso, a direção leonina diz que as duas claques não têm cumprindo a lei, e por isso o clube tem sido sistematicamente multado pelo comportamento das mesmas durantes os jogos.

«Mas, mais importante ainda do que estes factos, a resolução é determinada por aqueles GOA terem vindo a faltar sistematicamente no apoio devido aos atletas do Sporting, nomeadamente da equipa principal de futebol, razão primeira da celebração dos referidos protocolos», acrescenta o comunicado.

«Com efeito, a única razão de fundo para a celebração dos protocolos é permitir aos GOA as melhores condições para o apoio aos atletas das equipas do Sporting, e, faltando esse apoio, falta, naturalmente, a razão de ser da vigência do protocolo.»

O comunicado lembra depois que «o Sporting é uma instituição centenária, que sempre fez o seu trajeto no respeito do Desporto e que não pode compactuar com comportamentos violentos, contrários à lei e que apenas contribuem para o afastamento dos restantes sócios e adeptos dos recintos desportivos».

«O Sporting rege-se pelos seus princípios e não abdicará deles, por muito difícil que seja alterar hábitos e privilégios antigos e sem qualquer justificação dentro do universo sportinguista», pode ainda ler-se.

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A direção leonina diz que ainda «o futuro do Sporting se define inevitavelmente nas decisões que tomarmos hoje» e que, por isso «há coisas que já não podem ser toleradas, menosprezadas e que temos de enfrentar com coragem e lucidez». 

«Os crimes cometidos em Alcochete e que se traduziram no maior ataque desportivo, financeiro e humano ao Sporting estão na memória de todos e a história não se apaga. Foram dezenas de milhões de euros de prejuízos, danos reputacionais inestimáveis para a imagem, nome e marca Sporting. Foi a página mais negra da história do Sporting, com um impacto muito negativo para o bom nome do clube, infelizmente com consequências que perduram», acrescenta-se.

«O que aconteceu tem de servir para que se retirem ilações e devemos, no limite, aprender com essa tragédia. Aprender implica não repetir os erros do passado e não tolerar as tentativas de repetição como o ocorrido na mais recente invasão à garagem em Alvalade. E com que intuito? Mais agressões, mais rescisões, mais perdas.»

Por tudo isso, o comunicado adianta que uma claque não pode ser usada para outros fins que não sejam apoiar as equipas do clube: não pode ameaçar, não pode usar violência física e verbal, não se pode achar acima dos outros sócios.

«Por fim, está em dívida a segunda prestação relativa à regularização da bilhética de 2018/2019, vencida em 9 de outubro passado, facto que origina, nos termos da lei, o vencimento automático de todas as demais prestações previstas no anexo aos protocolos», diz ainda o Sporting.

«Assim, decidiu o Sporting, a bem dos seus sócios, atletas, dos seus profissionais, a bem dos superiores interesses desportivos e financeiros do clube e do seu futuro, terminar, com efeitos imediatos, o protocolo existente com quem violou dolosamente e conscientemente obrigações desse mesmo protocolo, com quem violou os estatutos do Sporting e com quem violou a lei da República Portuguesa.»

O Sporting desafia depois o Estado Português a tomar também medidas urgentes contra as claques, não apenas as do Sporting mas as de todos os clubes, lembrando que outros países já o fizeram.

«A violência no desporto e os meios de combate à mesma não são uma questão que o clube deva tratar sozinho. Mas esta não é também uma questão somente do Estado Português, porque a violência no desporto preocupa e muito as mais altas instâncias do futebol mundial, UEFA e FIFA. Em inúmeros estados europeus, nomeadamente em Inglaterra, houve coragem para lidar, combater e erradicar a violência dos estádios e recintos desportivos.»

Por fim o Sporting pede aos restantes sócios e adeptos que mostrem a união neste momento em que é tomada uma posição tão forte.

«Esta é uma questão em que os Sócios e adeptos do Sporting Clube de Portugal devem estar verdadeiramente unidos. É altura de dizer basta. É altura de tomar uma posição. E a única posição possível é a de defender o Sporting Clube de Portugal», termina o comunicado.

[Artigo original publicado às 20h32]

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