Benfica: acordo com a NOS vale 36 milhões de euros em 2016/17 - TVI

Benfica: acordo com a NOS vale 36 milhões de euros em 2016/17

Regresso dos jogos das «águias» à Sport TV não foi confirmado

Por Luís Martins

A NOS vai pagar 36 milhões de euros ao Benfica na primeira temporada (2016/17) do acordo de cedência dos direitos de transmissão televisiva dos jogos caseiros do clube, assim como para a transmissão e distribuição da BTV.
 
A confirmação foi dada pelo presidente da NOS, nesta quinta-feira, na cerimónia de apresentação da parceria, realizada em pleno relvado do Estádio da Luz. Já se sabia que o acordo é válido inicialmente por três anos e renovável até dez, bastando para tal a vontade de uma das partes, e que a compensação financeira total podia ascender aos 400 milhões. Miguel Almeida confirmou agora que os valores em causa «são progressivos» e que em 2016/17 o Benfica recebe 36 milhões de euros.
 
O presidente da NOS explicou ainda que 75 por cento do valor corresponde aos direitos de transmissão dos jogos caseiros do Benfica, e que os restantes 25 por cento dizem respeito à BTV. Este canal vai continuar a ter «produção da exclusiva responsabilidade do Benfica», e vai «continuar a acompanhar o dia a dia do Benfica, assim como a transmitir os jogos da equipa B, dos escalões de formação e das modalidades amadoras».
Relativamente aos jogos da equipa principal, nenhuma das partes envolvidas quis confirmar o regresso à Sport TV. «Não é possível ainda divulgar. É um acordo muito recente. Não nos sentámos ainda a conversar com outros operadores e outras entidades ligadas aos mundo dos media. É nossa intenção que estes conteúdos sejam disponibilizados a todos os operadores, na medida em que demonstrem interesse pelos mesmos. De que forma, ou em que canal, ainda é prematuro dizer. O cenário Sport TV é possível, mas é um cenário entre muitos outros», referiu Miguel Almeida, assumindo no entanto que a manutenção dos jogos na BTV, que será disponibilizada de forma gratuita na plataforma NOS, «não está eliminada mas não é o cenário mais provável».

«Será a NOS a decidir em que canal passam os jogos, e qualquer que seja a decisão vão tratar-nos com a mesma isenção e profissionalismo que a BTV teve nestes três anos», limitou-se a dizer o presidente do Benfica.
 
Receita para abater o passivo exigível
 
Luís Filipe Vieira voltou a garantir que as verbas provenientes do acordo com a NOS não vão ser aplicadas no reforço do plantel, tal como já tinha anunciado em entrevista ao «Expresso», assumindo que a intenção é canalizar a verba para as obrigações da SAD.
 
«Os 400 milhões não será aplicados para comprar jogadores, de certeza. Serão para, definitivamente, todo e qualquer benfiquista sentir que é dono do clube», começou por dizer. «O passivo exigível não chega a 400 milhões. Os respetivos vencimentos, contas e empréstimos obrigacionistas logicamente que iremos pagar na totalidade. E penso que ainda vai sobrar muito dinheiro», afirmou o presidente encarnado.

Vieira considerou que o acordo assinado com a NOS «reconhece o valor dos direitos televisivos dos jogos do Benfica» e que «é um bom acordo para o futebol português, pois estabelece um novo referencial de valor para todos os clubes».

O presidente da NOS manifestou, de resto, a intenção de «estabelecer parcerias semelhantes com todos os clubes da Liga», incluindo Sporting e FC Porto, e «reforçar a parceria com a Liga».

Ainda relativamente à BTV, Luís Filipe Vieira garantiu que o canal, que celebra o 7º aniversário nesta quinta-feira, «continuará a ser veículo privilegiado de comunicação com os sócios e adeptos». «Ou abríamos o capital da BTV a operadores internacionais ou mantínhamos a propriedade plena do canal e rentabilizávamos os direitos. Optámos pela segunda via», justificou.

No que diz respeito aos direitos de transmissão das Ligas francesa e italiana, Vieira limitou-se a dizer que «até 30 de junho será a BTV a transmitir».

Questionado se era um risco assinar um acordo válido por dez anos, o presidente do Benfica defendeu que o acordo celebrado com a Sagres há três anos, e com a mesma duração, faz acreditar que é uma boa opção. «Há três anos, quando assinámos o acordo por 40 milhões, surgiram vozes discordantes. Temos os pés bem assentes no chão e sentimos que aquele contrato era muito importante. O tempo veio dar-me razão. Há dois clubes que hoje em dia não têm qualquer marca na camisola. Na altura entendemos que era um ótimo contrato para ter o nome nas costas da camisola», referiu o presidente do Benfica.

«400 milhões é muito dinheiro em qualquer parte do mundo, e quem dirige uma instituição destas não pode ter a leviandade de colocar em perigo o que quer que seja em termos futuros», acrescentou Vieira.

Já no fim, questionado se o «naming» do estádio era o próximo negócio a fechar, o presidente do Benfica apontou à internacionalização: «Todos os dias temos desafios. Temos o presidente da Comissão Executiva, Domingos Soares Oliveira, e uma equipa de grandes profissionais. Tendo em conta aquilo que hoje a marca Benfica, não vai passar só pelo naming. Entendemos que, com a equipa que temos, o país é pequeno para a marca Benfica. Outros horizontes iremos ter», concluiu,
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