Machado: «O primeiro jogo em casa em 2012 teve um desfecho parecido» - TVI

Machado: «O primeiro jogo em casa em 2012 teve um desfecho parecido»

  • Marco Milho
  • Estádio da Madeira, Funchal
  • 2 abr 2021, 23:47
Nacional-Portimonense (Homem de Gouveia/Lusa)

Técnico do Nacional explicou o que correu mal no encontro frente ao Portimonense e lembrou o jogo com o Beira-Mar na estreia em 2012 quando sucedeu a Caixinha

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Manuel Machado em declarações na sala de imprensa do estádio da Madeira, após a goleada sofrida frente ao Portimonense (1-5), no jogo de estreia ao comando técnico do Nacional:

[Resultado pesado na estreia] «Quando aqui cheguei, em 2012, para substituir o [Pedro] Caixinha, o primeiro jogo que fiz aqui em casa, com o Beira-Mar, teve um desfecho muito parecido a este: 4-1. Por isso, não desespero com facilidade. Há um problema para ser resolvido, caso contrário também não se teria dado esta alteração no comando técnico. Temos consciência disso, mas já passei por uma situação muito igual e o problema resolveu-se. Este vai resolver-se também.»

«Quanto ao jogo, tentámos não alterar muito os processos que já vinham de trás. Quando se chega com dez jornadas para fazer e oito meses de trabalho para trás, o que há é que fazer ajustamentos, e criar, do ponto de vista estratégico, aquilo que nos parecer adequado para cada um dos jogos. Por isso mantivemos aquilo que era o básico da estrutura e da forma de jogar da equipa, tentámos baixar um pouco do bloco, sabendo que o Portimonense tem um ponta de lança muito forte na primeira bola e na bola longa, e dois outros nos corredores, casos do Boa Morte e do Anderson, que aproveitavam muito bem as costas dele. Por isso, tentámos baixar um pouco o bloco para sair em contra-ataque. É evidente que isso pressupõe manter o resultado a zeros, dando a bola ao adversário e obrigando a que ele se exponha, para aproveitarmos a profundidade nas costas da defesa. Não aconteceu assim, sofremos um golo, obrigando-nos a abrir um pouco mais as linhas, sofremos o segundo golo num erro, e a partir daí, o jogo estava praticamente definido. Quando a isso se junta uma tentativa de reação com jogadores mais técnicos no segundo tempo e se leva com o terceiro golo imediatamente num contra-ataque, está tudo dito. Depois podem ser três, quatro ou cinco, porque a equipa fica completamente partida, e foi isso que aconteceu. A estratégia era essa, mas não aconteceu, por força da permeabilidade que tivemos, mesmo com um bloco baixo.»

[Em 2012 tinha mais margem de manobra do que agora, com apenas nove jornadas?] «Sim. O que temos de fazer tem duas vertentes. Uma de caráter técnico-tático, e achei a equipa com muita dificuldade para responder no plano físico. Mas se os índices de motivação já não eram bons com as seis derrotas que trazíamos, esta sétima acentua ainda mais a falta de confiança. Temos de fazer um trabalho ao nível da análise e eventualmente de alterações profundas na forma de jogar. O tempo é curto, mas alguma coisa tem de ser feita. Fazer as coisas da mesma maneira à procura de um resultado diferente é insanidade, e por isso vamos ter de, num curto espaço de tempo, tentar alterar o modelo e a ideia, no sentido de também alterar o resultado final de cada um dos jogos que temos pela frente, não há outro caminho.»

«Quando se perdem sete jogos consecutivos, podem imaginar como estão os índices de confiança de uma equipa. Quebrar este ciclo negativo é um desafio enorme, mas estou confiante que o vamos fazer. Este é um momento muito complicado em que vos falo. Para mim, para os jogadores, para a administração, para todo o clube de uma maneira geral. É difícil estar aqui a falar-vos como estou, porque no interior isto magoa. Mas é com trabalho, com confiança e força que resolvemos esta questão, porque se deixarmos cair os braços, isto tende a agudizar-se. Já resolvi um problema destes no passado, com um pouco mais de tempo, mas tenho a confiança de que vou resolver este também.»

[Discussões entre jogadores]: «Se fôssemos detalhar aqui tudo o que contribuiu para que as coisas acabassem como acabaram, de certeza que esse fator também entraria na equação. Estive atento a esse tipo de coisas e tomei nota. Temos o registo, e como vos disse, não é só resolver no plano técnico, mas resolver também no plano anímico, porque uma equipa sem coesão, quando há esse tipo de fraturas… Mas o momento também propicia a esse tipo de coisas. Já diz o ditado que em casa em que não há pão, todos berram e ninguém tem razão. As coisas começam a correr mal, e no calor do jogo muitas vezes há alguns excessos. Mas é um dos muitos fatores que teremos de abordar.»

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