Belenenses-P. Ferreira, 0-2 (crónica) - TVI

Belenenses-P. Ferreira, 0-2 (crónica)

Paços com horizonte para a Europa

Já muito se escreveu sobre a diferença entre ter bola e saber o que fazer com ela.

E se for preciso acrescentar mais um capítulo a essa tese, pode recorrer-se a este jogo entre Belenenses e P. Ferreira.

Ao intervalo, a equipa da casa tinha 67 por cento de posse de bola. Perdia 1-0 e as melhores oportunidades tinham sido do adversário.

Na segunda parte, esse dado que conta o tempo em que cada equipa passa com a bola no seu poder chegou a andar nos 70 por cento para o Belenenses. Que perdeu 2-0 e pouco ou nenhum perigo foi capaz de criar sem ser de bola parada.

E por isso é que a equipa de Pepa sai desta partida com pouca bola, é certo, mas com três pontos que lhe permitem isolar-se no quinto lugar da Liga.

Enquanto o Belenenses leva a bola para casa, mas mantém-se em zona perigosa e agora com apenas mais um ponto do que o último classificado.

Mas são tantas as diferenças que separam Belenenses e P. Ferreira.

Claro que a tranquilidade vale muito em jogos decididos em detalhes. Mas aquilo que se viu nesta noite gélida no Jamor foi uma equipa que se sente confortável em todos os momentos do jogo.

O conjunto de Pepa defende quando tem de defender. É perigoso quando mete velocidade, cria perigo nas bolas paradas e não tem problemas em jogar em ataque continuado.

Já o Belenenses, que se viu a perder desde o minuto 12 com um penálti convertido por Bruno Costa, mostra dificuldades quando tem de construir e sem Varela falta-lhe velocidade para as transições. E por isso, o conforto que tem a defender de pouco lhe vale quando tem de correr atrás de um resultado.

O Belenenses também criou perigo nesta partida, tem de se ressalvar isso. Mas tirando um remate de Miguel Cardoso aos 4m, apenas o conseguiu fazer em bolas paradas.

E ainda há uma outra diferença gigante entre P. Ferreira e Belenenses.

A perder, Petit olhou para o banco e tirou de campo o avançado Cassierra para lançar um extremo, Chico Teixeira. Mais tarde, ainda lançou dois médios defensivos. Jogou com o que tinha.

Pepa fez saltar do banco João Amaral e Diaby. Os homens que lhe selaram o resultado já nos descontos.

É um mundo de diferença. Enquanto um tenta fugir a correr do fundo, o outro caminha tranquilamente com a Europa no horizonte.

Continue a ler esta notícia