No último sopro, o Benfica conseguiu bater o Paços de Ferreira e reduzir para dois os pontos de desvantagem para o líder Sporting.
Salvou-se o resultado após uma exibição muito pálida da equipa de Jorge Jesus, que continua longe de transmitir a segurança exigida de quem está obrigado a lutar pelo título.
Pepa avisara na antevisão ao jogo que era possível jogar «olhos nos olhos» com o Benfica e o Paços, ainda que com armas diferentes, quase encontrou o equilíbrio perfeito entre a cautela e o atrevimento.
Depois do teste acessível diante do Lech Poznan, os encarnados encontraram nos visitantes uma equipa organizada e conhecedora das fraquezas do adversário.
Com Weigl, Taarabt e Nuno Tavares – este lançado para o lugar de Grimaldo, que se lesionou no aquecimento – de início (únicas alterações no onze comparativamente ao último jogo), o Benfica teve uma entrada autoritária e Darwin dispôs da primeira grande oportunidade logo nos minutos iniciais.
O Paços ainda não havia encontrado o equilíbrio ideal para travar com sucesso as investidas do Benfica, mas quando Pizzi, à passagem do minuto 20, acertou no poste esquerdo, a dúvida já estava instalada na equipa de Jorge Jesus, sobretudo a cada transição permitida aos visitantes.
Mesmo com menos bola, o conjunto de Pepa foi-se superiorizando aos encarnados em vários capítulos: na agressividade sem bola, na confiança com ela e nas bolas paradas.
Aos 24 minutos, após uma bola sacudida por Vlachodimos na sequência de um canto, Oleg inaugurou o marcador para o Paços, que minutos antes já havia ameaçado por Douglas Tanque.
Do lado do Benfica, e já depois de Tanque (novamente) ter falhado o 2-0 para os visitantes no minuto seguinte ao golo inaugural, Rafa saltou para o palanque dos mais inconformados. Assumiu o jogo através de jogadas individuais, perante o desacerto de meia equipa: Otamendi, Nuno Tavares, Everton, Taarabt, Pizzi e até Darwin. Nenhum deles foi feliz.
Até ao final da primeira parte, os encarnados rondaram o golo, mas o futebol praticado esteve longe de ser satisfatório. Foi, aliás, sofrível na maior parte do tempo.
Talvez por isso Jorge Jesus fez entrar Gabriel e Seferovic (saíram Weigl e Pizzi) logo para o reatamento.
Problemas resolvidos? Nada disso!
O Benfica pareceu até ser uma equipa mais fácil de anular para um Paços afoito, mas que não revelou a mesma clareza dos primeiros 45 minutos no último terço, sobretudo após duas perdas de bola de Gabriel no início do processo de construção.
A seguir a isso, Rafa iniciou e concluiu, a passe de Gilberto, o golo do empate numa altura em que a balança do jogo não estava inclinada para isso: Taarabt precipitado nas ações e pouca capacidade dos corredores para servir os avançados.
Só aos 71 minutos, mais de dez após o golo do empate, o Benfica voltou a ameaçar o golo, numa finalização ao lado de Seferovic. No minuto seguinte, Darwin acertou na barra.
Os dois sinais positivos das águias não passaram disso mesmo.
Sinais.
Pepa mexeu, refrescando a equipa na defesa e no ataque; Jesus também, com Waldschmidt, Pedrinho e Chiquinho, mas não se viram melhorias no futebol encarnado.
Do outro lado, o Paços esteve perto de ser feliz e fê-lo por isso: João Amaral e Zé Uilton ameaçaram o golo numa altura crítica do jogo e quando ficaria a faltar pouco tempo para a reação do Benfica.
Mesmo de cabeça perdida, os encarnados conseguiram sair do jogo com os três pontos: no quinto minuto de compensação, Waldschmidt, lançado à hora de jogo, teve cabeça para resgatar uma vitória fora de horas e aplicar um castigo demasiado pesado para os pacenses.