FC Porto-P. Ferreira, 2-1 (destaques) - TVI

FC Porto-P. Ferreira, 2-1 (destaques)

Vitinha e Denilson no FC Porto-Paços de Ferreira (LUSA)

Um monstro com um diminutivo

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FIGURA: Vitinha

Segunda parte monstruosa! Não perde uma bola, não tem medo de receber de costas e rodar, não receia o choque. Está um médio completo, da cabeça – e tem tanta! – aos pés. Rematou duas vezes com perigo, mas o que mais impressionou foi a capacidade de sair a jogar, mesmo sob pressão. Curto, longo, para a direita e para a esquerda, um craque. A questão que agora se coloca é muito simples: o FC Porto tem alguém melhor para a posição? Não, não tem.

MOMENTO: Wendell, no primeiro erro de André Ferreira (minuto 52)

O lateral ex-Leverkusen vinha de uma primeira parte muito boa, mas entrara desconcentrado no segundo tempo. Falhara dois passes simples, parecia adormecido. Até que… aconteceu futebol. Canto na esquerda, André Ferreira sacode muito mal a bola e o pé esquerdo de Wendell fuzila as redes do Paços. Wendell tem qualidade, conhece o jogo, mas precisa de competir, competir muito. Saiu aos 82 minutos, esgotado e com limitações musculares.

NEGATIVO: a expulsão de Taremi (minuto 90 + 5)

A qualidade do iraniano é indiscutível. E estava a fazer mais um bom jogo, muitas vezes a desempenhar as funções de «10». Mas não pode cair na tentação de fazer o que fez no fim: procurar o contacto para ganhar penálti. Já com um cartão amarelo, Taremi forçou a queda. É verdade que o lance é duvidoso, o contacto (leve) existe, mas naquela fase já era aconselhável uma abordagem diferente. Taremi viu o segundo amarelo e foi expulso. A folha disciplinar da época passada aconselha cuidados redobrados. Taremi não os teve.

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OUTROS DESTAQUES:

Pepe

Vamos ser muito objetivos: é um dos melhores centrais da história do FC Porto. Aos 38 anos, recuperado de uma lesão muscular e de um problema nas costelas, parecia um menino adolescente – e isto aqui é um elogio. Rápido, agressivo, sério, sem cometer erros. Uma exibição de grande qualidade, mais uma.

Diogo Costa

Está a fazer um início de época de grande nível. Errou duas vezes – uma delas de forma quase incompreensível, sim – contra o Liverpool, mas o treinador do FC Porto manteve a confiança no guarda-redes. Tem dimensão para ser titular dos dragões, tem tudo o que é preciso para ser um grande keeper. Nada a fazer no golo de Nuno Santos. Evitou, aliás, que Lucas Silva marcasse antes de a bola chegar ao médio.

Evanilson

O ex-Fluminense está há um ano e uns meses no FC Porto e ainda não se percebeu bem o nível a que pode chegar. Se tem, no fundo, o que é preciso para ser o ponta-de-lança desta equipa. O jogo contra o Paços de Ferreira não esclareceu essas dúvidas. Não era titular desde a jornada 26 da época passada, mostrou pormenores importantes – o cabeceamento à barra na segunda parte é, lá está, de avançado -, mas também se entregou em vários momentos aos centrais.

Francisco Conceição

É um jogador de risco constante, de drible, de ir para cima. Precisa de sentir a liberdade do erro, de passar duas vezes e não passar outras duas. Viveu muito o jogo, perturbou a defesa pacense, lutou até ao limite. Leva uma nota positiva, apesar de nem sempre ser capaz de decidir bem.

Nuno Santos

Definição perfeita no 0-1: levantou a cabeça, colocou bem o pé na bola e meteu-a no ângulo superior esquerdo. Anda de pé quente, de resto, pois já marcara ao Belenenses na passada jornada. No segundo tempo ainda enviou uma bola ao poste esquerdo de Diogo Costa, num cruzamento/remate traiçoeiro. O melhor do Paços de Ferreira, percebe-se.

André Ferreira

Parou uma, parou duas, parou três, parecia destinado a parar tudo. Até errar. Sacudiu muito mal o canto batido na esquerda do FC Porto e a bola foi ter com o pé esquerdo de Wendell. 2-1. Um erro grave numa exibição, até aí, perfeita. A vida de guarda-redes é ingrata.

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