P. Ferreira-Arouca, 2-1 (crónica) - TVI

P. Ferreira-Arouca, 2-1 (crónica)

Paços Ferreira-Arouca

As fugas para a glória na reviravolta pacense

Duas fugas para a glória, de Bruno Moreira e Urretaviscaya, permitiram ao Paços de Ferreira o regresso ao caminho das vitórias. A equipa de Paulo Fonseca resistiu a um golo e à inferioridade numérica. Equilibrou e terminou em esforço, com o coração, a abater a resistência arouquense (2-1). Tento decisivo de Cícero para lá do minuto 90.

Vida difícil para Pedro Emanuel. Apenas dois pontos para o Arouca nos últimos cinco jogos.

Paulo Fonseca ditou leis no primeiro terço da época com um Paços de Ferreira em 4x4x2, aberto, um pouco ao estilo do Benfica de Jorge Jesus. Isto num campeonato português onde o impera o 4x3x3 e todas as suas variantes.

Com bons executantes como Sérgio Oliveira e Urreta, laterais ofensivos como Jaíson e Hélder Lopes, e um avançado inspirado como Bruno Moreira, os bons resultados foram chegando com naturalidade, a premiar um futebol atraente e descomplexado.

Como admitia o treinador na véspera do encontro, tal desempenho fê-lo «sentir que se está a construir uma cultura de vitória no clube.»

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Visitantes com um fato à medida

Ora o Paços chegava a este encontro sem triunfos nos últimos três jogos, com uma derrota em Moreira de Cónegos na jornada anterior, mas nem por isso sem o habitual desejo de assumir o jogo.

Paulo Fonseca manteve-se fiel ao seu 4x4x2, apostando na velocidade de Hurtado para explorar as costas de Bruno Moreira. Porém, do outro lado esteve um Arouca com a lição bem estudada.

A equipa de Pedro Emanuel, lutando pela manutenção, vinha igualmente de um desaire (pesado, frente ao Penafiel em casa) e vestiu um fato à medida para a visita à Mata Real.

O Arouca jogou com o mesmo 4x4x2 que o Paços, começando assim por fechar os caminhos habituais nos flancos. Rui Sampaio e Pintassilgo tapavam as subidas dos laterais contrários. Para além disso, o técnico recorreu a um ataque móvel, onde Claro era o único elemento de origem e Artur baixava para apoiar o setor intermediário.

Paços trocados por Pintassilgo e Minhoca

Montada a teia, a equipa visitante esperou. Não apenas de forma passiva, mas sim procurando surpreender em transições rápidas ou em futebol apoiado no meio-campo contrário, face à qualidade técnica dos seus intervenientes.

O Paços acusava a falta do castigado Sérgio Oliveira (o esforço de Vasco Rocha não disfarçou a ausência) mas conseguia ainda assim criar perigo, sobretudo nas investidas de Hélder Lopes pela esquerda.

A melhor oportunidade surgiu ao minuto 22, com um cruzamento do lateral a encontrar a cabeça de Bruno Moreira. Goicoechea parecia ter o lance controlado mas a bola ainda tocou no ferro antes de sair.

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Já perto do intervalo, porém, foi o Arouca a marcar. O golo surge numa insistência após livre estudado. Bola no centro para David Simão, o esquerdino a levantar para Nuno Coelho na área e este a cruzar para corte incompleto da defensiva pacense. Pintassilgo vem de trás, domina e conclui de pé esquerdo.

Foram minutos de tremendo sofrimento para a equipa da casa. Não pelo golo, mas sobretudo pela expulsão de Minhoca. O jogador viu o primeiro cartão amarelo por cortar um contra-ataque e o segundo por simular, no entender de Carlos Xistra, uma falta a meio-campo. Tremendo rigor do juíz da partida.

Bruno Moreira a virar os pratos da balança

Após natural contestação, a equipa de Paulo Fonseca deu uma resposta tremenda. Regressou dos balneários com o peito feito, dez homens a agigantar-se perante onze. Seguiram-se minutos de forte pressão e a inteligência de Bruno Moreira a virar os pratos da balança.

Com uma hora de jogo, o avançado ganhou a luta de pés e braços com Miguel Oliveira e caiu no limite da área, quando se ia isolar. Carlos Xistra expulsou o central e marcou grande penalidade, convertida de forma superior por Urretaviscaya.

O regresso à estaca zero. Pedro Emanuel recompunha num ápice o setor defensivo, abdicando do avançado Claro. O Paços mantinha a iniciativa de jogo (ainda assim, os visitantes criaram algumas oportunidades de golo) e garantiria o prémio de jogo à entrada para o período de descontos, já após a segunda expulsão do Arouca, com segundo amarelo para Bruno Amaro. Correria do incansável Urreta, o passe e Cícero, lançado por Paulo Fonseca, a decidir.
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