Confinado ao quarto lugar.
O Sporting de Braga perdeu frente ao Paços de Ferreira, na Mata Real (2-0), e desperdiçou uma soberana oportunidade de encurtar distâncias para o pódio. Continua, até ver, confinado ao quarto posto agora com os pacenses à perna.
Apesar da derrota, o conjunto de Carvalhal fez o suficiente para não perder na Capital do Móvel. No entanto, é preciso sublinhar o mérito dos castores, uma das melhores equipas da Liga, que souberam sofrer e aproveitar os seus momentos. No fundo, uma boa dose de paciência e outra de inteligência resultaram no triunfo.
Sem Paulinho, Carvalhal colocou a equipa com quatro homens na defesa que rapidamente se transformavam numa linha de três com as constantes subidas de Esgaio, aproveitando o facto de Ricardo Horta jogar em zonas interiores. A ideia inicial era simples: convidar à pressão do Paços no corredor direito e circular rapidamente para Galeno.
Ainda assim, as melhores oportunidades do Sp. Braga surgiram do lado direito. Ricardo Esgaio, por exemplo, desperdiçou o 1-0 num cabeceamento nas costas de Zé Uilton (18m). Mais tarde, Ruiz fugiu na direita e deu para Galeno que isolou Fransérgio, valendo Jordi ao Paços.
O Paços de Ferreira sofria com a pressão dos arsenalistas e mostrava dificuldade em ligar o jogo, recorrendo várias vezes ao passe longo. As dificuldades acentuaram-se no quarto de hora final da primeira parte com os homens de amarelo a perderem várias vezes a bola ainda no seu meio-campo. No entanto, o Sp. Braga teve pouco critério a definir e nunca aproveitou essas transições.
Pelo meio, na sequência de um pontapé de canto, Marco Baixinho errou por centímetros o alvo.
A segunda parte foi distinta e começou com uma mudança por parte de Carvalhal. Deixou Al Musrati no balneário e introduziu Iuri no jogo. O Sp. Braga teve mais presença ofensiva, mas expôs-se mais e permitiu que o Paços de Ferreira saísse como nunca tinha feito até então.
O marcador foi desbloqueado numa dessas situações, embora seja injusto não referir o gesto técnico de Bruno Costa tanto na receção como no pontapé cruzado (57m). A vantagem pacense não espelhava o jogo até ao momento.
O Sp. Braga conseguiu dez minutos de sufoco junto à área contrário com cantos e livres sucessivos. Chegou mesmo a criar uma excelente ocasião para marcar, mas Ricardo Horta desperdiçou um penálti em andamento.
À entrada para o quarto de hora final, o Paços de Ferreira fez o 2-0 por Hélder Ferreira na sequência de um lance tremendamente confuso. O jogo ficou fechado, visto que o Sp. Braga ficou entregue.
Ao contrário de olhar para cima, os bracarenses talvez devessem olhar por cima do ombro. O Paços já só está a dois pontos.