Sporting-P. Ferreira, 1-0 (crónica) - TVI

Sporting-P. Ferreira, 1-0 (crónica)

Inspiração e sofrimento

Três meses e quatro dias depois, o Sporting voltou a Alvalade para somar a primeira vitória pós-confinamento, graças a um momento «à Bruno Fernandes» de Jovane Cabral que decidiu o jogo diante do Paços de Ferreira e colou, até ver, a equipa de Alvalade ao Sp. Braga na tabela.

O leão ainda precisa de percorrer um longo caminho até assustar as presas e esta sexta-feira à noite deixou uma imagem demasiado pálida para poder dizer-se que está no caminho certo.

FILME FICHA DE JOGO E VÍDEOS

É certo que a retoma do futebol em Portugal tem sido fértil em surpresas e que há muitas equipas – é evidente no caso dos «grandes – muito aquém do rendimento de outrora. O conjunto orientado por Rúben Amorim não foge a isso e precisou de juntar uma dose de sorte e muito sofrimento após colocar-se em vantagem.

O Sporting apresentou-se em campo com duas alterações: Mathieu e Battaglia saíram da equipa para dar lugar a Borja e a Wendel, recuperado de lesão. A equipa da casa teve muito mais bola nos 45 minutos iniciais, mas raras vezes conseguiu circulá-la com a velocidade necessária para desorganizar o bloco compacto dos visitantes.

Espaço para jogar? Até havia, mas faltava aquela aceleração necessária, sobretudo nas variações de flanco. Na direita, Camacho subia no corredor e criava vantagens numéricas com Jovane sem que a bola lá chegasse.

Ainda que compenetrada e com as constantes tentativas de Douglas Tanque para ligar o meio-campo ao ataque, a equipa de Pepa raramente conseguiu chegar a zonas de finalização até ao intervalo: quando o fez, já depois da meia hora, Murilo falhou um remate de zona privilegiada. Na resposta, a passe de Vietto, Sporar falhou o golo só com o guarda-redes contrário pela frente.

Na etapa complementar, já com Gonzalo Plata em campo (entrou na reta final da primeira para o lugar do lesionado Vietto), Jovane reapareceu no flanco esquerdo e foi por ali que o Sporting foi mais acutilante. O golo chegaria aos 64m, num livre cobrado de forma exímia pelo extremo cabo-verdiano.

A partir daí, o Paços desconfinou-se por completo e empurrou o leão às cordas como este não lhe tinha feito em nenhum período até aí. Libertou-se das amarras táticas e foi em busca da felicidade que fez por merecer. Teve um penálti anulado após recurso do árbitro Rui Costa ao VAR e se Alvalade tivesse público sentir-se-ia a pulsação sobressaltada dos adeptos desde a bancada de imprensa.

Luís Maximiano, por várias vezes, segurou três pontos arrancados com muito sofrimento. O Sporting cola-se ao Sp. Braga e pressiona os minhotos. Os sinais ainda estão longe de ser animadores para os lados de Alvalade, mas se há coisa que este futebol tem mostrado é que é avesso a domínios absolutos. Por vezes, até ao bom futebol. Até ele chegar, três pontos continuam a ser três pontos.

Continue a ler esta notícia