Folha contestado: «Não sou rato de esgoto» - TVI

Folha contestado: «Não sou rato de esgoto»

Portimonense-Getafe

Treinador do Portimonense viu lenços brancos após o nulo com o Paços de Ferreira

António Folha, treinador do Portimonense, analisa o nulo com o Paços de Ferreira, que motivou lenços brancos dos adeptos algarvios:

«Não era o resultado desejado, mas face às oportunidades que tivemos e não conseguimos concretizar... foi mais um ponto conquistado, é assim que temos que pensar. Hoje não era dia dela entrar. Tivemos mais do que uma oportunidade e boas e podíamos ter vencido. Há que continuar fortes, humildes e trabalhadores, sabendo que a luta vai ser forte até ao fim, e para darmos a volta a esta situação.»

[sobre a finalização, que não tem estado ao nível da época passada] «São equipas com características diferentes. No ano passado tínhamos gente que marcava golos com facilidade, este ano as coisas não estão a acontecer. Mas por outro lado este ano temos uma equipa mais sólida defensivamente, no ano passado sofríamos mais golos, e este ano ninguém fala nisso e isso também dá estabilidade. Queríamos muito ganhar, mas também já não perdemos há algum tempo. É mais um ponto, e há que transformar isso em aspeto positivo, porque o jogo também teve, e capitalizar isso para ganharmos o próximo jogo.»

[A equipa tem medo de errar?] «Claramente. Nestas alturas é normal que haja algum receio, principalmente em casa, porque o público às vezes manifesta-se e transmite alguma insegurança aos jogadores, que têm medo de errar. Isso é natural e normal. Ao intervalo disse para não termos medo de errar e de falhar, porque assim não ganhamos o jogo. A posição que a equipa ocupa, a jogar em casa, o público a querer, e bem, que a sua equipa ganhe, e a manifestar o descontentamento em algumas situações, obviamente que é preciso ter alguma coragem e não ter medo de perder. E eles não tiveram, e só não ganhámos porque não conseguimos concretizar as oportunidades.»

[sobre a estreia de Bruno Costa, que entrou ao intervalo] «A equipa do Paços apresentou-se em bloco baixo, à espera de sair em transições, e quase sempre tínhamos os nossos três centrais a circular, sozinhos e sem grande pressão sobre eles. Eles estavam a tapar o nosso jogo interior, colocando muita gente atrás da linha da bola e aí criavam alguma dificuldade. Retirei um homem de trás para colocar o Bruno, um homem de características mais de pegar no jogo e perceber os espaços livres no meio e tentar encontrar o jogo interior que tivemos na 2ª parte e a partir daí, ou por dentro ou por fora, arranjar maneiras de chegar a zonas de finalização.»

[sobre os lenços brancos] «Para que fique bem claro: o treinador António Folha não está acomodado a nada, e nunca vai ser uma pessoa acomodada. Está disponível. Só que em conjunto com a direção não faz sentido... primeiro, porque aqui ninguém é rato do esgoto, só esses é que fogem, e se a direção confia tanto no António Folha, como também já confiou no ano passado. E o António Folha confiou também no ano passado, em dezembro, e não foi para lado nenhum. Se as pessoas têm carácter, este ano também não faz sentido nenhum para a direção e para o António Folha, que não é nenhum rato do esgoto.»

«O António Folha é um homem de carácter e trabalhador, que vai dar a volta à situação, seja de que maneira for. Os lenços brancos são normais, porque os adeptos estão tristes porque não ganhámos o jogo, mas a mim não me afeta muito. Porque o ano passado, mesmo com uma grande época do Portimonense, o António Folha teve lenços brancos. Por isso podem continuar, não há problema. Eu não vou abandonar, até porque tenha medo ou não, e já o disse a várias vezes a quem manda. E já podia ter saído e não saí, não deixam, confiam no trabalho. Não é pelos lenços brancos, porque o ano passado, a ganhar, também os via. É por dignidade e carácter, e eu tenho, porque as pessoas sabem que podem mandar embora hoje, ontem, o ano passado, quando quisessem... o António Folha diz que mandem à vontade, quando quiserem, porque não há problema nenhum. Mas qual é o problema? Nenhum, vai alguém morrer se eu for despedido? Digo sempre que, se não estiverem contentes, que me digam... o presidente já disse várias vezes que o treinador é o António Folha, o descontentamento já vem desde o primeiro dia, mas eu tranquilo, sereno e muito forte a trabalhar.»

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