Sp. Braga é o maior fornecedor dos grandes, embora FC Porto prefira outro - TVI

Sp. Braga é o maior fornecedor dos grandes, embora FC Porto prefira outro

Sp. Braga-Arouca (Lusa)

Desde que António Salvador chegou ao clube minhoto que Benfica, FC Porto e Sporting começaram a olhar para o plantel bracarense; azuis e brancos preferem a Madeira, porém.

Quando os grandes olham para a Liga, onde é que vão contratar? A resposta, como já percebeu, está no título: a Braga. É assim desde que António Salvador chegou à presidência do clube minhoto, mais ou menos há 15 épocas – fevereiro de 2003 – e é daí, portanto, que se parte. Nenhum emblema português forneceu jogadores a Benfica, FC Porto e Sporting como os arsenalistas, embora os azuis e brancos tenham outra preferência.

Não falamos apenas de negócio. Por exemplo, Marçal ou Michel foram adquiridos pelos encarnados ao Nacional e ao Paços de Ferreira, mas não fizeram um único minuto. O mesmo se passou com Sandro, cujo passe o FC Porto comprou ao V. Setúbal, ou Tiago Rodrigues, adquirido ao V. Guimarães. 

Como se está a perceber nos tempos recentes do futebol português, há jogadores a mudarem-se para os grandes numa perspetiva meramente negocial.

Há vários exemplos, por isso, seguimos mais à letra o termo reforço. Tanto à letra que considerámos aqueles jogadores que tiveram o rendimento mínimo num plantel: ou seja, entrar em campo, num jogo oficial, em qualquer uma das competições da temporada que Benfica, FC Porto e Sporting disputam. 

Sp. Braga: três anos sem reforçar os grandes

O FC Porto é o grande que menos foi beber aos plantéis do Sp. Braga. Os azuis e brancos fizeram cinco negócios com os minhotos, e, curiosamente, os jogadores que reforçaram a equipa portuense provenientes de Braga tiveram muito pouca utilização.

Bruno Gama fez 45 minutos, Andrés Madrid nove jogos, Orlando Sá 11 e marcou um golo, Kieszek esteve na baliza quatro vezes e Willy Boly,o mais recente a fazer o trajeto, tem oito jogos de dragão ao peito.

Já o Sporting, quando foi a Braga reforçar-se, trouxe uma dupla: Wender e João Alves. O primeiro seria «devolvido» ao remetente no mercado de inverno e Abel, hoje p técnico dos arsenalistas, seguia por cedência temporária para Alvalade.

Depois disso, seguiram-se João Pereira, Evaldo e Alberto Rodriguez, este através do chamado «custo zero». Como se sabe, André Pinto já faz parte do clube leonino e Rodrigo Battaglia pode ser o próximo: ainda assim, nem um, nem outro fazem parte da contabilidade uma vez, lá está, o central ainda não fez um único minuto, nem o médio está confirmado.

É preciso dizer ainda que os grandes estiveram três épocas seguidas sem se reforçarem em Braga: 2013/14, 2014/15 e 2015/16 marcaram o maior interregno desde que Salvador preside ao emblema do Minho.

No entanto, na última temporada, Boly seguiu para o FC Porto, Danilo foi emprestado ao Benfica, que ainda gastou milhões em Rafa Silva. Entre os três maiores orçamentos da Liga, as águias são aquelas que mais vezes olharam para o plantel bracarense nos últimos anos.

No total, 18 jogadores estavam em Braga e depois jogaram por um dos grandes desde 2003/04.

Segue-se quem? Alô, é da Madeira?

Se Benfica e Sporting olharam para o Sp. Braga, o FC Porto esteve sempre atento à Madeira. O Marítimo é o segundo clube que mais jogadores «deu» aos três crónicos candidatos ao título e têm sido a preferência azul e branca.

Oito futebolistas fizeram a transição Marítimo-FC Porto, com Pepe a ser aquele que teve mais sucesso. O central do Real Madrid mudou-se em 2004/05, numa época em que Léo Lima também assinou pelos dragões.

Não se pode dizer que águias e dragões encontraram verdadeiros reforços nos Barreiros. Manduca, Makukula e Derlei foram para a Luz, Tonel, Marcelo Boeck e Heldon para Alvalade.

No total, 14 futebolistas do Marítimo tiveram espaço nos plantéis de Benfica, FC Porto e Sporting.

O velho Boavista, o Beira-Mar a meio da tabela e o Casa Pia

Muitos futebolistas passaram por um dos grandes e por Boavista e V. Guimarães. Não admira, portanto, que as últimas 14 temporadas do futebol português mantenham aqueles dois emblemas bem alto no fornecimento a Benfica, FC Porto e Sporting.

Ainda assim, há diferenças claras.

Obviamente por culpa da queda nos escalões secundários, o Boavista está no Top3 devido a esta análise ir buscar quase 15 temporadas e pelo que o clube fez na primeira década do século XXI.

Os axadrezados colocaram três jogadores no Benfica, outros tantos no Sporting (Douala estava cedido à U. Leiria) e quatro no FC Porto. O último, porém, foi Jorge Ribeiro em 2008/09.

Já o Vitória, como é conhecido, fortaleceu o ataque do FC Porto com Tiquinho Soares, a meio da última época. De resto, os portistas apostaram muito em Guimarães: dois oito que chegaram a jogar nos grandes, seis foram para o Dragão (Tiago Rodrigues não tem qualquer minuto no FC Porto, por exemplo, e é um dos que não é contemplado).

Onde os portistas também apostaram durante algum tempo foi, outra vez, na Madeira. Mas na Choupana, com seis futebolistas, enquanto Miguelito foi o único a sair do Nacional e a conseguir ter minutos no Benfica.

Com os mesmos sete jogadores que os alvinegros, o Estoril colocou futebolistas na Luz, Dragão e Alvalade.

O Rio Ave «produziu» seis reforços, a contar com Ederson, que acaba de transferir-se para o Manchester City. Apesar de ter passado na formação do Benfica, o passe do guarda-redes foi adquirido pelos encarnados. O mesmo número que o Beira-Mar, curiosamente, que aparece à frente de dois históricos como Belenenses e V. Setúbal (cinco cada).

Paços de Ferreira, União de Leiria, Académica, Alverca, Estrela da Amadora, Olhanense, Moreirense, Penafiel, Feirense (Paulo Lopes em final de contrato) e Casa Pia foram os outros fornecedores, num total de 20.

Benfica, FC Porto e Sporting também olharam para os plantéis uns dos outros. Houve apenas negócio entre dragões e leões, pois a águia ou foi buscar em final de contrato ou viu-lhe serem levados jogadores nas mesmas condições.

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