Jonas. Só podia ser ele a acender a Luz, depois de uma semana muito atribulada para o Benfica.
Foi um pormenor genial do avançado brasileiro, daqueles reservados aos verdadeiros artistas da bola, que abriu caminho à goleada do Benfica sobre o Feirense, que garante um período de tréguas na Luz.
Rui Vitória cumpriu o prometido e entrou em campo antes da equipa, entregando-se ao escrutínio da Luz apenas três dias depois de ter estado na porta de saída. Se antes do jogo o saldo entre aplausos e assobios andou equilibrado, ao intervalo já os adeptos do Benfica andavam à procura dos lenços novamente.
O treinador encarnado fez três alterações na equipa relativamente à goleada de Munique, mas a prestação da primeira parte esteve longe de conquistar crédito nas bancadas. O Benfica dominou, é certo, mas não andou propriamente perto do golo.
Só um livre direto de Pizzi (29m) e um cabeceamento de Jonas incomodaram Caio Secco, guarda-redes do Feirense. Alicerçada na segurança dos centrais Briseño e Bruno Nascimento, a equipa de Nuno Manta Santos só criou perigo através de um remate de longe de Luís Machado, a passar relativamente perto da baliza de Vlachodimos (41m).
Sem motivos para festejar e com as claques em silêncio praticamente toda a primeira parte (só houve cânticos ao minuto 30, e de curta duração), a Luz manteve-se apagada até ao intervalo, mas logo a abrir a segunda parte apareceu Jonas no papel de eletricista, para resolver a situação de aperto.
Com um toque apenas, cheio de intenção e de genialidade, o brasileiro tirou Briseño do caminho e lançou as bases de um golo consumado com um remate cruzado de pé esquerdo (48m).
Já com o estádio inteiro a empurrar a equipa, o Benfica embalou para uma segunda parte reconciliadora, coroada com mais três golos.
O segundo foi apontado na própria baliza por Bruno Nascimento, que até estava a ser o melhor jogador do Feirense, mas premiou também as outras figuras da equipa do Benfica: Grimaldo e Rafa. O espanhol já tinha estado na assistência para o golo de Jonas, e depois protagonizou uma abertura fantástica para Rafa, que depois tentou servir Jonas à boca da baliza, acabando o central fogaceiro por fazer autogolo (57m).
A atravessar o melhor momento ao serviço do Benfica, Rafa acabaria por ter direito ao seu golo, aproveitando uma intervenção infeliz do guarda-redes Caio Secco, após excelente combinação entre Pizzi e Jonas (68m).
A goleada ficou consumada com um golo de Seferovic (89m), que tinha entrado para o lugar de Jonas. O «Pistolas», mas agora também o eletricista. Daqueles cujo contacto devemos ter sempre à mão.