Benfica-Boavista, 3-1 (crónica) - TVI

Benfica-Boavista, 3-1 (crónica)

Uma história que não se repetiu

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O mesmo adversário. A mesma sequência de vitórias. A mesma jornada. O mesmo árbitro.

Haverá poucas coisas tão eficazes como uma péssima memória de um passado recente para deixar uma equipa, pelo menos, em estado de alerta e, no fundo, fazer pela vida para evitar que a história se repita.

Um ano depois do descalabro no Bessa à sexta jornada, o Benfica deu sinais de que é hoje uma equipa bem mais madura e arrancou um triunfo seguro frente a um Boavista que se apresentou arrumado e ousado q.b. no Estádio da Luz.

FILME, FICHA DE JOGO E VÍDEOS DOS GOLOS

Pela primeira vez, Jorge Jesus juntou Darwin e Yaremchuk de início na frente de ataque e, já agora, Rafa a titular na Liga 2021/22.

Tal como Jesus, do lado dos axadrezados João Pedro Sousa montou a equipa em 3x4x3, apostando numa defesa muito subida. Uma estratégia de risco que resultou na maioria das vezes, mas que acabou por custar dois golos, tantas foram as vezes em que o líder da Liga procurou explorar a profundidade através de passes de longa distância da defesa para o ataque.

Foi dessa forma que nasceu a primeira jogada de perigo da noite (Darwin) e foi também assim que as águias fabricaram o 1-0 ao minuto 14, da autoria do uruguaio a passe de Diogo Gonçalves.

A vantagem algo madrugadora premiou uma entrada acutilante do Benfica, que a partir daí, manteve o domínio territorial do jogo mas não conseguiu, durante largos minutos, acossar uma pantera que começou a ficar defensivamente mais calibrada.

Não fosse o remate perigoso de meia distância de Gustavo Sauer após uma diagonal da direita para o centro e arriscaríamos escrever que nada faria prever o golo dos visitantes à meia hora. Talvez por circular a bola a seu-prazer, a equipa de Jorge Jesus deixou-se cair no perigo a que o excesso de confiança pode levar. Weigl permitiu um corte de Seba Pérez no início do processo de construção dos encarnados e Sauer atirou forte e colocado para o 1-1.

Acusar o golo? Só se for pela positiva. Dois minutos bastaram para o Benfica se recolocar em vantagem através do homem que falhara instantes antes: Julian Weigl, numa bola parada, assinou o segundo golo dos encarnados pelos ares.

Depois, o Benfica teve cabeça fria para gerir os tempos do jogo. Os minutos finais da primeira parte chegaram sem grandes notícias para dar e a etapa complementar arrancou com duas: Lazaro de um lado; Ntep do outro.

Nos 15 minutos iniciais da segunda parte houve muito jogo junto das duas balizas. O Benfica continuou a ter mais bola e ameaçou o terceiro, mas o Boavista tornou-se mais capaz de chegar ao último terço através de transições rápidas.

Ainda que com dificuldades para discutir a posse de bola, os axadrezados eram agora uma equipa mais a imagem de João Pedro Sousa. Destemida e proativa.

A linha defensiva, essa, continuava subida e foi dessa forma que o Benfica - sagaz - trabalhou o terceiro golo. Rafa, hoje tendencialmente mais longe da baliza por ser mais um terceiro médio do que um segundo avançado, explorou a profundidade para receber um passe longo de Lucas Veríssimo e serviu depois Darwin para o 3-1 à passagem da hora de jogo.

Os minutos seguintes foram, talvez, os melhores do Benfica no jogo, sobretudo no número de oportunidades. Depois de Bracali ter evitado males maiores com duas ou três grandes intervenções, a pantera reergueu-se melhorou na reta final e terminou o jogo com mais remates. Vale o que vale, mas é um sinal da boa imagem deixada pelos axadrezados, que foram fiéis a uma ideia de jogo tão positiva quão difícil de pôr em prática quando o desequilíbrio de forças é tão evidente.

Um ano depois daquela sexta jornada que representou o princípio do fim do campeonato do Benfica, a história não se repetiu e os encarnados provaram uma vez mais que em 2021/22 são uma equipa drasticamente diferente. Pelo menos têm-no sido até agora.

Indiscutivelmente.

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