Benfica-Moreirense, 2-0 (crónica) - TVI

Benfica-Moreirense, 2-0 (crónica)

Perfume e desperdício

Três épocas depois, o Benfica voltou a derrotar o Moreirense no Estádio da Luz para a Liga. Os encarnados tiveram momentos arrasadores e de pouco lógico no Estádio da Luz só mesmo o resultado, demasiado magro face às oportunidades criadas e que mantiveram os minhotos em jogo até ao tranquilizante aplicado por Haris Seferovic aos 80 minutos.

Sem o até agora imprescindível Taarabt, ausente por lesão, Jorge Jesus recuperou Pizzi para a posição oito. Estava nas entrelinhas do discurso no lançamento do jogo, no qual o técnico das águias recuperou o histórico do médio com ele no passado.

O que não estava nas entrelinhas, mas que Jesus saberá de cor e salteado, é que o marroquino, apesar das insuficiências na transição defensiva, oferece, ainda assim, mais garantias do que o internacional português na transição defensiva, carência que o novo Benfica ainda não solucionou por completo, apesar das melhorias evidentes.

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O Moreirense ainda esboçou uma ou outra tentativa de explorar essa lacuna – Jesus vociferava com a equipa – mas foram poucas as vezes em que os homens de Ricardo Soares conseguiram desenvencilhar-se da pressão muitas vezes asfixiante montada desde a saída da área de Mateus Pasinato.

Aos 20 minutos, quando Rúben Dias inaugurou o marcador com um golpe de cabeça ao segundo poste, o Benfica já tinha estado perto do golo em duas ocasiões, por Darwin e Vertonghen.

As diagonais de Everton e de Rafa, as entregas de Waldschmidt, as movimentações do irrequieto Darwin, as subidas dos laterais e o envolvimento de Pizzi pelo corredor central. A partir da meia-hora de jogo, tudo isso fundiu-se e o futebol oleado do Benfica roçou a perfeição. Forçada a premir o botão do modo de sobrevivência, a equipa visitante defendeu-se como pôde, entregue ao esforço hercúleo dos homens mais recuados. E à sorte.

Setenta e três por cento de posse de bola, 18 (dezoito!) remates e uma mão-cheia de oportunidades desperdiçadas. Se a estatística muitas vezes não diz tudo, aqui garantimos-lhe que batia certo com o que se passava em campo.

O Benfica reentrou para a segunda parte decidido em aplicar a extrema-unção a um Moreirense em sofrimento. Waldschmidt foi quem andou mais perto, naquele que foi um dos últimos atos do alemão em campo.

É que, apesar da vontade e do futebol vertiginoso, esta águia ainda não aguenta 90 minutos em constante caça à presa. O que Jesus exige à equipa em termos físicos é tremendo e talvez tenha sido por isso que Waldschmidt e Pizzi (este último com um amarelo sempre condicionante num meio-campo a dois) foram sacrificados pouco depois da hora de jogo por Seferovic e Chiquinho.

Sólidos, mas sempre reféns de um erro, os encarnados respiraram fundo com a meta à vista. Darwin deslocou-se para o corredor direito e cruzou para o desvio certeiro de Seferovic na zona da pequena área, num movimento que ameaça tornar-se clássico neste novo Benfica que começa a entusiasmar os adeptos… em casa.

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