Académica-Marítimo, 1-0 (crónica) - TVI

Académica-Marítimo, 1-0 (crónica)

Académica-Marítimo (Lusa)

De penálti se vai ao longe…

A Académica conquistou o primeiro triunfo na nova temporada, frente ao sempre difícil Marítimo, numa partida que, apesar dos contornos favoráveis à Briosa, acabou por ter um final de bastante aperto para os estudantes.

O jogo no Cidade de Coimbra começou praticamente com uma grande oportunidade para os maritimistas inaugurarem o marcador. O possante Marega, lançado pelo pé direito de Ghazaryan, isolou-se mas Trigueira barrou um remate que levava selo de golo. Impressionante como esta Briosa ainda caminha sobre brasas, tendo quase sofrido o segundo golo consecutivo nos primeiros segundos em jogos caseiros. Ainda antes do décimo minuto, nova situação para o Marítimo, mas o cabeceamento de Dirceu saiu ao lado.

A Briosa, apesar de ferida no seu orgulho, foi procurando recompor-se, pegando mais na bola e tentando lançar Ivanildo e Nii Plange (sobretudo este) em profundidade. Este último ficou, aliás, associado ao momento alto do primeiro tempo, ao sacar um duplo amarelo a Dirceu em menos de dez minutos. Decisão controversa de Bruno Paixão, mas abria-se aí uma chance de os academistas partirem em definitivo com tudo para cima do oponente.

Nada mais errado. Apesar do domínio, a Académica não circulava em velocidade e custava-lhe penetrar nos espaços, sendo que os madeirenses iam fazendo um trabalho de entreajuda defensivo notável. Entretanto, Ivo Vieira também havia recomposto a defesa, trocando o talentoso Ghazaryan pelo central Raúl Silva, opção conservadora, embora compreensível dadas as circunstâncias…

Até ao intervalo, o jogo foi de um equilíbrio tremendo, tendo-se registado apenas mais duas situações de relativo perigo: um remate ao lado de Edgar Costa, após trabalho individual do poderoso Moussa Marega e um grande, enorme, diria, corte de Raúl Silva, impedindo que Nii Plange se isolasse. Ao intervalo, o nulo era um resultado mais do que justificado.

Um penálti a mudar a história do jogo

Para o início do segundo tempo Filipe Gouveia apostou em Gonçalo Paciência para o lugar de Rabiola. Sabendo que o último treinador academista a ter batido o Marítimo antes deste jogo havia sido o pai de Gonçalo, talvez Gouveia tenha entendido que a equipa necessitava de Paciência.

E, ao mesmo tempo, de pressa. Sim, porque faltavam intensidade e velocidade ao domínio academista. Mas, de facto, há males que vêm por bem: o inconsequente Ivanildo lesionou-se num pique e acabou por ter de ser substituído pelo veloz Hugo Sêco, logo ao quinto minuto da segunda metade.

O efeito não se notou no imediato: a Briosa continuava a jogar de forma pachorrenta, numa espécie de 4-2-4, com Rui Pedro colado a Gonçalo como segundo avançado e sem capacidade para desequilibrar demasiado entrelinhas. No entanto, a equipa conimbricense beneficiou dessa aproximação e, consequência imediata, criou a primeira grande chance do segundo tempo, num livre ganho por Rui Pedro à entrada da área.

Emídio Rafael atirou com uma precisão notável, mas Salin voou e impediu o primeiro. Não uma, nem duas, mas três vezes, porque na sequência do livre, Hugo Sêco e Paciência remataram mas o francês foi gigante demais.

O golo acabaria por chegar perto do vigésimo minuto do segundo tempo: Nii Plange, um dos melhores da Académica, cruzou na grande área e a bola foi direita ao braço de Raúl Silva. O árbitro não hesitou e apontou para a marca da grande penalidade.

Sim, mais uma nesta temporada! Aliás, parece que só assim a Académica consegue desbloquear a sua parca capacidade de criar perigo/marcar golos na área adversária. Uma coisa é certa: a Briosa tem grandes marcadores de penáltis. Depois de Rabiola ao Sporting, foi a vez de Rui Pedro se estrear a marcar na Liga, da marca dos onze metros.

Do outro lado, Ivo Vieira procurou responder no imediato, trocando João Diogo pelo melhor marcador da equipa, Dyego Sousa, mas a Briosa mantinha o ascendente, sendo que Gonçalo Paciência criou excelente chance para decidir o encontro, mas Salin travou-lhe os intentos.

Nos últimos dez minutos, a curva do jogo inverteu-se e teve de ser Pedro Trigueira, com duas paradas absolutamente fantásticas, a salvar uma Briosa com a corda à volta do pescoço.

Ufff, suspiraram de alívio os adeptos academistas no final do encontro. A primeira vitória estava no papo, ainda que com os contornos melodramáticos do costume…
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