Polémica: árbitro confirma embalagem com informação de «cal viva em pó» - TVI

Polémica: árbitro confirma embalagem com informação de «cal viva em pó»

Santa Clara (Rui Paiva)

No jogo entre Santa Clara e Paços de Ferreira

O relatório do árbitro do Santa Clara-Paços de Ferreira confirmou a existência de uma embalagem com a informação de «cal viva em pó».

No documento publicado esta quarta-feira e disponibilizado no site da Federação Portuguesa de Futebol, João Bento, juiz da partida da 19.ª jornada da Liga, detalha o que se passou no sábado, dia para o qual o jogo, que se realizou no domingo, estava marcado.

À chegada da equipa de arbitragem ao estádio do Santa Clara verificou-se que as marcações do terreno de jogo estavam pouco visíveis, tendo sido comunicado aos delegados da Liga e das respetivas equipas que as linhas teriam de ser remarcadas.

«De acordo com o relatório do árbitro, a remarcação não foi eficaz. «Após nova marcação e ainda dentro do tempo para a realização do jogo mas com a necessidade das equipas aquecerem alterou-se o jogo para as 20h. Contudo as marcações das linhas continuaram a não ter as condições mínimas para a realização do jogo. Foi efectuada uma nova reunião com todos os elementos responsáveis à realização do encontro onde ficou acordado tentar marcar novamente o terreno de jogo com um novo produto sendo que a intenção de todos seria a realização do jogo, o qual ficou remarcado para as 21h30, hora local», lê-se no relatório.

João Bento escreve ainda que, quando o novo produto estava a ser marcado de forma manual, a equipa de arbitragem foi alertada pelos delegados da liga. «O produto que estava a ser colocado estava dentro de uma embalagem plastica contendo a seguinte informação 'Cal viva em pó', substância essa proibida para marcação do terreno de jogo.»

Recorde-se que Paulo Meneses, presidente do Paços de Ferreira, já tinha mencionado a marcação das linhas com cal viva. «Ficámos estupefactos quando, apesar da boa vontade do Paços de Ferreira, chegámos à conclusão que o que vinham a aplicar era material alternativo, um que não tinha sido falado. Para além de ser irregular e ilegal é [um material] perigoso para todos os agentes desportivos presentes. Pior do que isso, foi querer camuflar a situação, mentindo! Disseram que estavam a aplicar cal morta, assim é designada, que colocaram com designação de cal viva. O que sucedeu foi que a equipa de arbitragem perante este perigo iminente comunicou que se recusava a realizar o jogo naquelas condições. Vir dizer algo que não seja isto é faltar à verdade», disse em declarações aos jornalistas.

Ora, a equipa de arbitragem apurou ainda que a maior parte das linhas estavam irregulares, não tendo as «medidas exigidas pelas leis».

«Perante estes novos factos, houve de imediato nova reunião com os delegados dos clubes, delegados da liga e árbitros, onde ficou decidido que não haveria jogo à hora reagendada e que o jogo se iria realizar no dia seguinte às 16h30 hora local, com uma primeira vistoria ao terreno de jogo às 10h30 para se verificar as condições do mesmo», lê-se ainda.

Recorde-se que o Paços anunciou que vai avançar com uma participação disciplinar, decisão que, segundo o presidente do clube, já estava tomada na véspera da realização do jogo.

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