Em Tondela há histórias para contar desde tenra idade - TVI

Em Tondela há histórias para contar desde tenra idade

Tondela festeja manutenção (Lusa)

Dezenas de crianças subiram ao relvado, correram, tiraram fotos e foram eles os reis das celebrações

Aos 9 anos, o pequeno Gui já tem muitas e boas histórias para contar. E nem era preciso fazê-lo falar para se perceber isso: o sorriso traquina dizia tudo.

De camisola auriverde orgulhosamente vestida, o 16 nas costas e o nome de craque sublinhado a letras douradas, o Gui foi uma das dezenas de crianças que, após o apito final de Artur Soares Dias, saltou para o relvado do Estádio João Cardoso para festejar um novo jogo histórico para o pequeno clube do distrito de Viseu.

«Tirei fotos com o Pica, o Bruno Monteiro e com o Cláudio Ramos, que é o meu jogador preferido», contou à reportagem do MAISFUTEBOL quando se preparava para deixar o relvado acompanhado pelos pais, também eles vestidos a rigor.

Depois de já ter celerado no estádio a permanência igualmente sofrida da época passada – que chegou depois de um triunfo sobre a Académica, também na última jornada – o jogador dos «pestinhas» do clube beirão voltou, então, a viver um momento para mais tarde recordar.

«Gostei mais do jogo deste ano porque jogámos melhor», analisava a quente o pequeno adepto, que, porém, não esquece o jogo que permitiu ao Tondela permanecer entre os grandes do futebol e repetir, agora o feito.

E a verdade é que as emoções vividas no fim de tarde deste domingo foram em tudo semelhantes às que haviam acontecido naquele 14 de maio de 2016.

Durante toda a partida, os olhos dos adeptos mantiveram-se no relvado, mas os ouvidos nunca largaram aquilo que acontecia em Moreira de Cónegos e no Estoril.

As melhores notícias para os tondelenses, vieram mesmo do estádio Coimbra da Mota, onde o Arouca perdeu por dois golos de diferença, o que, conciliado com a vitória do Tondela diante do Sp. Braga fez rebentar a festa na cidade da Beira Alta.

 

Vuvuzelas e «Despacito» numa festa internacional

Se após o apito final da partida não faltou a habitual invasão de campo, com os habituais abraços a serem distribuídos entre jogadores e adeptos, houve mais sinais da típica festa portuguesa... ainda que feita com «produtos» importados.

Ainda a festa tinha acabado de rebentar, e era ver Rui Botelho, de saco às costas, a tentar romper pelos poucos adeptos que se mantiveram na bancada.

«Isto está a dar, já vendi vuvuzelas e chapéus, é uma festa», atirou de rompante quando abordado pelo MAISFUTEBOL, já a furar para continuar o negócio. «Mas espere, olhe: e viva o Tondela», quis deixar antes de seguir o seu caminho.

A acompanhar as vuvuzelas que entretanto Rui Botelho ia vendendo, do outro lado do estádio, a «Febre Amarela» não calava os tambores e, estrategicamente colocada, não deixou passar um único jogador rumo ao balneário sem antes, mais uma dose de saltos, abraços, fotografias e um cântico a repetir-se: «Força, Tondela», com o ritmo a ser dado «despacito, despacito» por uma das músicas que mais vezes é repetida nas rádios.

E quem vai continuar a dar música ao futebol português no próximo ano, é o Tondela, esperam os adeptos com menos sofrimento no próximo ano.

Sim, porque isto da festa é bom, mas nas faces dos adeptos, ao longo do jogo, muito sofrimento esteve também espelhado.

A mensagem, porém, é sempre de crença, como quis passar o pequeno Gui que, depois de tirar fotos com os seus ídolos quis também ser fotografado pelo Maisfutebol. Não sem antes pedir à mãe um objeto essencial: o cartaz que trouxe para o jogo, onde se lia «Eu acredito!».

E a festa regressou à terra dos milagres futebolísticos.

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