Salvador revela reunião com Varandas e conversa com Amorim antes da saída - TVI

Salvador revela reunião com Varandas e conversa com Amorim antes da saída

Presidente do Sp. Braga questionou timing da contratação do técnico por parte do Sporting e emocionou-se ao falar dos quatro treinadores que já teve esta temporada

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[atualizado às 13h20]

Na cerimónia de apresentação oficial de Custódio como treinador do Sp. Braga, António Salvador admitiu que foi «surpreendido» pelo timing das negociações do Sporting com Ruben Amorim. O dirigente referiu ainda que os bracarenses nada conseguiram fazer para evitar a saída do técnico para Alvalade.

«Não posso nem devo ignorar que o timing é inesperado. As ocorrências dos últimos dias devem motivar reflexões desportivas e éticas. O Sp. Braga foi surpreendido com um movimento de clube seu concorrente, curiosamente aquele que nos persegue na tabela. À luz dos regulamentos e dos contratos, conseguiu assegurar o nosso treinador. Percebo quem argumenta que situações destas podem desvirtuar as competições, compreendo quem lembra exemplo da Liga espanhola, onda tal contratação não seria por isso. Defendo debate alargado em prol do futebol português, mas acima de tudo quero deixar claro que defendo como sempre defendi o meu clube e os seus superiores interesses. Num momento como este. Sp. Braga nunca poderia negociar, nunca poderia ceder, mas cabe às leis e aos regulamentos um futebol acima de qualquer questão moral e ética», declarou, em conferência de imprensa.

O presidente do Sp. Braga explicou ainda de que forma se procedeu a saída de Amorim. «É simples. O Sporting contactou-me há uma semana num regresso de Glasgow. O Frederico Varandas pediu uma reunião comigo, pensei que fosse por outro assunto. Fiquei surpreendido nessa reunião. Ele queria entrar em acordo para contratar Ruben Amorim. Coloquei condições em cima da mesa: uma determinada verba. dois jogadores mais uma percentagem do passe do Palhinha. Disse-lhe que estava surpreendido pelo que ele me estava a dizer. O Sp. Braga não queria negociar o treinador, não queria que ele saísse. Esse não era o projeto. Não era o dinheiro nem os jogadores, portanto, não havia conversa. A reunião terminou. Continua a ver notícias passado uma semana, um dia chamo o Ruben Amorim e disse 'não quero que saias, tenho visto muitas notícias a dizer que o Silas vai sair e que vais ser o próximo treinador o Sporting. O Sp. Braga não vai negociar nada. Quero dizer-te que o Sp. Braga pretende renovar contrato contigo e que está disponível para renovar condições salariais. Portanto, não há negociação. Se houver alguma vontade tua, a única solução é o Sporting pagar os 10 milhões'. O Ruben Amorim sabe a oferta que o Sporting lhe fez, disse que compreendia e que o Sporting tinha de pagar o que estava no contrato», esclareceu antes de continuar.

«Foi muito correto. Numa segunda fase, fui claro com ele a dizer que não havia condições para negociar. Se ele tivesse vontade de ir, só sai com a cláusula. Disse que percebia e entendia que estava num projeto, e que o Sporting terá de pagar a cláusula. Caso não o faça, ficarei com todo o agrado. Se pagar a cláusula, poderei aceitar o desafio do Sporting», acrescentou.

Por último, Salvador emocionou-se ao falar sobre atual temporada do clube.

«O Custódio não é o terceiro treinador no Sp. Braga, é o quarto. A época começou com o Abel e nessa altura fomos surpreendidos. O clube pagou determinada verba e o Abel teve muita vontade de ir, disse que não podia continuar cá. Portanto, veio o Sá Pinto, o Amorim e agora o Custódio. Isso diz muito da estrutura do Sp. Braga. Só prova a grande estrutura e a organização que este clube tem. Só assim é que um clube consegue aguentar todos estes abalos. Há pessoas aqui dentro, não se conhecem, não se mostram...mas que são pessoas competentes e que não dão a cara, mas morrem por este clube. O que ouço lá fora, é um desrespeito para quem cá está», referiu, visivelmente emocionado.

«Claro que é uma frustração todos os anos ter de fazer equipa, todos os anos formar treinadores para a concorrência e para grandes clubes europeus. Custa-nos muito, só nós sabemos o que passamos para que tudo isso seja colmatado sem que haja problemas ou desestabilização dentro do clube», concluiu.

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