Rio Ave-Sp. Braga, 0-0 (crónica) - TVI

Rio Ave-Sp. Braga, 0-0 (crónica)

Rio Ave-Sp. Braga

Guerreiros tropeçam a subir ao pódio

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Há algo angustiante nos jogos recentes do Sp. Braga. Ultimamente, os homens de Carlos Carvalhal estão a promover indultos a adversários pecadores, como se vestissem a pele de um governador bondoso ou de um juiz de coração mole. Em Vila do Conde não foi diferente e isso custou-lhe a recuperação do terceiro lugar, desaproveitando a oferenda que lhe chegara da Luz.

Não estamos aqui a falar de desinteresse ou parcimónia. É um estado de alma mais complexo, provavelmente atormentado pela repetição do erro. Quanto mais golos se perdoam, mais golos se vão ainda perdoar.

Isto foi particularmente evidente na fase final da partida. Gelson Dala foi bem expulso, o Rio Ave percebeu que a melhor forma de amarrar um ponto seria através do recuo das linhas e o Sp. Braga foi para cima.

FICHA DE JOGO E AO MINUTO NOS ARCOS

Carvalhal nem se pode queixar da falta de soluções. Vejam bem o trio lançado aos 70 minutos: Nico Gaitán, Lucas Piazon e Andraz Sporar. Nenhum teve verdadeira influência nas ações subsequentes. Muitos nomes, muito peso na frente, mas sempre uma cerimónia pouco compatível com a guerra dos pontos e dos milhões que um terceiro (ou até um segundo) lugar pode conferir.

O jogo passou de muito dividido (primeira meia-hora), a estilhaçado e cheio de oportunidades (até ao intervalo), até se tornar um pouco confuso e sem se saber para onde cairia no segundo tempo. As mexidas de Carvalhal e a expulsão de Dala indicaram o caminho obrigatório, que se viria a revelar um beco sem saída.

O Rio Ave anda longe dos lugares dos últimos anos e percebe-se que não tem ADN para jogar pelo pontinho. Surgiu organizado, incomodou muitas vezes Matheus e teve a melhor oportunidade de todo o jogo, pelo menos a mais escandalosa, quando Francisco Geraldes viu a baliza deserta e atirou ao lado.

Geraldes, aliás, merece uma notas só para si. No papel surgia sobre a esquerda, mas o médio prefere espaços interiores e foi procurando-os, deixando a frente para a dupla Dala-Mané. O problema é que falhou nos dois papéis. No de ala falso e no de cérebro encapuçado. Uma desilusão, tendo em atenção as altas expetativas que a sua qualidade natural origina.

Um ponto na contabilidade deixa o Rio Ave mais satisfeito, mas apenas por ter suportado os últimos minutos em inferioridade numérica. Os vilacondenses chegam aos 29 pontos e ao 13º lugar, posições nada condizentes com um belíssimo projeto que tem vindo a ser exibido nos Arcos.

Em relação ao Sp. Braga, a surpresa está na pobreza dos últimos resultados. Logo agora que a densidade competitiva até baixou: uma vitória, três empates e uma derrota nos cinco jogos mais recentes para o campeonato. É demasiada bondade para quem quer o pódio.

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