FC Porto-V. Guimarães, 3-0 (crónica) - TVI

FC Porto-V. Guimarães, 3-0 (crónica)

FC Porto-Vitoria Guimarães

Só ao segundo golpe ressurgiu o dragão da Luz

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Ao primeiro golpe, o Vitória de Guimarães tremeu, sofreu um golo, mas não caiu. Tapsoba foi expulso aos 46 segundos (!) e a equipa foi capaz de se manter viva no Dragão até aos 78 minutos.

Ao segundo golpe, nada a fazer. KO total, três pontos no bolso do FC Porto e os homens de Ivo Vieira atirados ao chão por outro vermelho. Este a Davidson.

Impossível falar deste clássico nortenho e não começar por aqui. Porquê? Porque se julgaria que o Vitória seria uma vítima raquítica, inofensiva, absolutamente mansa por ser obrigado a jogar reduzido a dez unidades praticamente desde o pontapé de saída.

Não foi assim. Basta, aliás, dizer que aos 75 minutos os minhotos tinham mais remates do que o FC Porto (nove contra oito, 16/10 no fim para os portistas) e o excelente Marchesín já passara por dois calafrios.

FICHA DE JOGO e NOTAS AOS ATLETAS

Dito de outra forma, os que adivinharam um jogo de sentido único e obrigatório, com a expulsão de Tapsoba, enganaram-se redondamente. E ainda bem.  

O bom futebol não é o que só minimiza os erros defensivos, como sentenciam alguns puristas de semblante triste, mas o que faz prevalecer a riqueza das manobras ofensivas.  

Essa é a delícia deste desporto: o intercâmbio de golpes, o fugir para depois caçar, a capacidade de evitar um murro e ter já um uppercut em modo ON.

O Vitória, mesmo após a expulsão mais do que madrugadora, foi capaz disso. Ausência de temor, ausência de medo, negação às fobias mais primárias do jogo. Mérito para Ivo Vieira e os seus, naturalmente.

Apesar da aparente condenação a mero figurante, o Vitória foi cúmplice neste interessante espetáculo. Não lhe podíamos exigir mais do que sobrevivência, mas os minhotos ainda tiveram frescura física e mental para discutir a partida quase até ao fim.

O FC Porto, mesmo em superioridade numérica, respondeu no idioma que melhor domina: futebol direto, exploração da profundidade e do erro adversário, a partir de uma pressão alta. Foi assim que nasceu, aliás, o único golo do jogo.

Corona fez um daqueles cruzamentos que iluminam o caminho para a baliza contrária, Marega fingiu uma receção perfeita, Bondarenko caiu e o remate foi bem colocado.

VÍDEO: o vermelho direto a Tapsoba aos 46 segundos

Retórica do lado vitoriano, relativa contundência do lado portista, mas dúvida bem carregada no marcador quase até ao apito final. Insistimos: só com a segunda pancada, a expulsão de Davidson, o tabuleiro ficou definitivamente inclinado para a baliza de Miguel Silva.

Foi já nessa fase que o FC Porto completou o resultado: golo de Marcano aos 88 minutos e de Marega nos descontos. Um 3-0 mentiroso e a escarnecer da exibição dos minhotos.

As equipas superiores encontram mil maneiras para ganhar e o FC Porto, sem se aproximar do brilhantismo esbanjado na Luz, foi superior. Atacou muito, quis muito, mas não teve a qualidade de processos que um jogo destes exigia. Valeram os três pontos contra um adversário que tem tudo para andar a chatear os melhores desta Liga.

Dito isto, resta falar do mais difícil: Carlos Xistra. Acertou ou falhou na expulsão de Tapsoba? A carga do defesa sobre Marega existe e é feita nas costas. O vermelho seria ajustado se Bondarenko não estivesse logo ali ao lado, a dois metros. Assim sendo, a expulsão parece excessiva.

Mais à frente, Xistra terá voltado a errar, dessa vez num lance entre Miguel Silva e Marcano e que daria penálti ao FC Porto. Sobre a expulsão de Davidson, depreendemos que foi por palavras.

 

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