Sporting-V. Guimarães, 1-0 (crónica) - TVI

Sporting-V. Guimarães, 1-0 (crónica)

Liderança chegou pelos pés de Mathieu

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À segunda tentativa, o Sporting lá conseguiu chegar ao topo da classificação com uma vitória arrancada a ferros diante do Vitória de Guimarães. Depois de uma primeira parte muito fraca, à imagem da final da Taça da Liga, e depois de perder Bas Dost, o leão recebeu uma injeção de sangue novo com as entradas de Montero e Doumbia a tempo de resgatar os preciosos três pontos que permitiram a ultrapassagem ao FC Porto. Mas não foi nada fácil, reforçamos. Foram precisos esperar 84 minutos e um golo do improvável Jérémy Mathieu para as bancadas explodirem em festa. Uma vitória desenhada por linhas muito tortas, mas o Sporting é líder da liga!

Confira a FICHA DO JOGO

O Sporting procurou entrar no jogo com intensidade, mas rapidamente ficou atolado, sem conseguir progredir no último terço do terreno, nem pelas alas, nem pela zona central, com o Vitória a fechar bem todos os caminhos para a baliza de Douglas. O leão entrou em campo artilhado com várias soluções ensaiadas, mas foi testando todas elas, sem sucesso. A mobilidade de Rúben Ribeiro, com total liberdade para cair sobre os flancos ou evoluir pela zona central, abria um leque de opções, mas a verdade é que nenhuma delas permitia ao leão chegar à zona de finalização.

Jorge Jesus voltou a encostar Bruno Fernandes à direita, procurando atenuar a ausência de Gelson Martins mas, tal como na final da Taça da Liga, sem conseguir tirar grandes dividendos no corredor, perdendo ao mesmo tempo intensidade na zona central, com um Battaglia demasiado colado a William Carvalho. Ainda assim, era o corredor direito que conseguia mais profundidade no jogo, graças às investidas de Ristovski, já que do lado contrário, Fábio Coentrão e, sobretudo, Acuña, demoravam a entrar no jogo.

Do outro lado, Pedro Martins preparou a sua equipa para transições rápidas, com a equipa bem fechada lá atrás, com Rafael Miranda e Wakaso a varrer a zona central e a fazer as devidas compensações nas alas, mas com um tridente, composto por Hurtado, Raphinha e Tallo, sempre de prevenção para sair a jogar. O Vitória deixava o adversário ter a bola, mas sempre com a intenção de a roubar e apanhar o leão em desequilíbrio. Raphinha ofereceu a primeira amostra do veneno minhoto, mas mais tarde Sturgeon e Tallo também criaram dificuldades junto à baliza de Patrício.

O leão esteve inofensivo demasiado tempo, com Rúben Ribeiro a procurar abrir brechas ou a criar desequilíbrios numa ala e na outra, mas sem sucesso. Só nos últimos instantes da primeira parte é que o Sporting conseguiu intimidar o Vitória, conseguindo pressionar mais junto da área de Douglas e criando as primeiras verdadeiras oportunidades, no entanto, num dos últimos lances antes do intervalo, Bas Dost ficou magoado, esteve a receber assistência e foi para o balneário muito queixoso.

Golpe de teatro de Bas Dost

Jorge Jesus precisava de mudar qualquer coisa, mas acabou por ter de mudar mais do que estava à espera. Para o início da segunda parte, o treinador lançou Montero em detrimento de Rúben Ribeiro, mas no primeiro lance da segunda parte Bas Dost voltou a queixar-se e teve mesmo de ceder o lugar a Doumbia. Em dois tempos, o Sporting tinha uma nova frente de ataque. A verdade é que as alterações surtiram efeito, surpreendendo as marcações precisas do Vitória, com Doumbia a entrar bem no jogo, com duas oportunidades logo a abrir, ambas com assistências de William Carvalho que subia mais do que Battaglia.

Foi sob a batuta do capitão William que o Sporting mudou definitivamente o figurino do jogo. O médio, com o seu estilo desengonçado, subiu uns metros no tereno e passou a comandar a equipa com constantes recuperações de bola, mantendo a pressão junto à área do Vitória e lançando os avançados com passes precisos para as costas da defesa minhota. Depois das duas oportunidades de Doumbia, os leões voltaram a estar perto do golo num remate de Bruno César defendido por Douglas.  

Os minutos passavam céleres, as bancadas transbordavam nervosismo para o campo e Acuña provocou mais um sobressalto com um remate à meia volta que passou a rasar a trave. O ponteiro já passava dos oitenta minutos e o desânimo começava a instalar-se quando surgiu o golo dos pés mais improváveis: Jérémy Mathieu. Mais um cruzamento de Acuña da esquerda, desta vez açucarado, com o central a corresponder à solicitação com um remate de primeira, colocado, sem hesitações. Clique. O jogo estava desbloqueado e as bancadas explodiram em festa. Ainda houve tempo para mais uns calafrios e ansiedade, mas o ambiente estava agora bem mais desanuviado, com os adeptos de pé a festejar a chegada ao topo da classificação.

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