Uma curiosidade por quilómetro entre Vitória e Moreirense - TVI

Uma curiosidade por quilómetro entre Vitória e Moreirense

Moreirense vs Vitória de Guimarães (LUSA)

O Maisfutebol lança o dérbi minhoto com humor e muita história. Os dois emblemas de Guimarães abrem a 11ª jornada da Liga

Relacionados
A décima primeira jornada da Liga abre no Estádio D. Afonso Henriques e põe frente a frente o Vitória e o Moreirense. Denominador comum: as duas equipas pertencem a Guimarães. Caso raro, para além de Porto e Lisboa, e ainda do Funchal na ilha da Madeira, a Cidade Berço é o único concelho de Portugal a emprestar dois clubes ao principal escalão do futebol português.
 
Acontece pela quinta época na história da primeira divisão portuguesa e ganha especial atenção se levada em linha de conta a diferença de dimensão dos dois clubes e a salutar convivência entre ambos.
 
Os hinos até podem ajudar a explicar um pouco da história dos dois emblemas. Já vai perceber porque é que os hinos entram neste embate vimaranense. Em Moreira de Cónegos é comum ouvir-se «em 1938, em novembro dia um, nasceu o pequeno Moreirense». Já no D. Afonso Henriques o mote é «na derrota ou na glória, terás Guimarães inteiro a gritar por ti Vitória».
 
Uma questão de estatuto. O Moreirense assume-se como um clube modesto, o V.Guimarães como o clube representativo da cidade, ao ponto de o próprio nome do clube se confundir com a cidade.

O Maisfutebol apresenta-lhe dez curiosidades, uma por cada quilómetro que separa os dois clubes.
 
1. 61 anos até se encontrarem
O primeiro embate oficial entre o V.Guimarães e o Moreirense aconteceu no dia 10 de janeiro de 1999. A disputar a II Liga, calhou em sorte ao Moreirense deslocar-se ao palco grande da cidade para medir forças com o Vitória em jogo a contar para a Taça de Portugal. O V.Guimarães foi fundado em 1922, já o Moreirense teve o início da sua história em 1938. 61 anos de convívio, portanto, sem se terem cruzado oficialmente. No primeiro embate o triunfo sorriu aos Cónegos, que atiraram o V.Guimarães borda fora da Taça de Portugal.  
 
2. Pequeno tombou gigante na Taça de Portugal
Tomou-lhe o gosto o Moreirense. Depois de eliminar o V.Guimarães da edição 1998/1999 da Taça de Portugal, repetiu a proeza nas duas edições seguintes da «prova rainha» do futebol português. Quase que uma afronta do pequeno clube ao todo poderoso do concelho. Na época 1999/2000 a eliminação foi feita novamente em pleno Estádio D. Afonso Henriques. Já no ano 2000/2001 o V.Guimarães foi despachado pelo Moreirense no Parque de Jogos Comendador Joaquim de Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos. Registo 100 por cento vitorioso na Taça.
 
3. A história é outra no campeonato
No campeonato o caso muda de figura. O Moreirense nunca ousou levar de vencida a equipa do Vitória. Ao todo, os dois conjuntos já se defrontaram por oito ocasiões em jogos do principal escalão do futebol português. O V.Guimarães venceu quatro jogos e regista-se igual número de empates. Dois dos triunfos do V.Guimarães foram conseguidos em casa, os outros dois foram alcançados no terreno do Moreirense.
 
4. 10 kms até se fazem de bicicleta (ou a pé!)
Apenas 10 kms separam o Estádio D. Afonso Henriques do Parque de Jogos Comendador Joaquim de Almeida Freitas. Um trajeto curto, sem extravasar as margens do concelho de Guimarães pela Estrada Nacional 105. Percurso acessível até para se fazer de bicicleta. Os adeptos do V.Guimarães já o fizeram por três ocasiões, deslocando-se de bicicleta ao Estádio do Moreirense para apoiar a sua equipa. Pelotão extenso, vestido de branco para a festa do dérbi concelhio.
 
5. Alex estreou-se em Moreira e levantou a Taça no Jamor
26 de maio de 2013. Página histórica do V.Guimarães, que venceu a Taça de Portugal no Estádio do Jamor. Apesar de não ter jogado, Alex era o capitão dos vimaranenses nessa jornada histórica e foi ele a erguer o troféu. Formado no V.Guimarães, foi no Moreirense que Alex teve oportunidade de se estrear na primeira divisão, mudando-se depois para o Benfica numa das primeiras grandes transferências do Moreirense. Uma figura dos dois clubes: começou em Guimarães, deu salto na carreira em Moreira e teve o epílogo futebolístico no Jamor novamente ao serviço do Vitória.
 
6. Manuel Machado entre dois amores
Mais uma figura histórica dos dois emblemas vimaranenses. O seu nome está gravado em letras douradas na história do Moreirense. Foi o treinador responsável pela impensável subida do Moreirense à primeira divisão. Depois da subida continuou os feitos, segurando o clube duas épocas entre os grandes do futebol português. Mudou-se depois, juntamente com o vice-presidente Vítor Magalhães, para o V.Guimarães. Antes disso, já havia sido treinador dos juniores do Vitória.
 
7. Vítor Magalhães sobe um e desce outro
O senhor que faz sonhar Moreira de Cónegos. O obreiro principal da subida do clube de vila ao convívio com os grandes do futebol português. Empresário de 63 anos, associado de V.Guimarães Moreirense, foi eleito presidente do Vitória depois dos feitos alcançados no clube de vila. Apesar de garantir uma qualificação europeia na primeira época, não conseguiu evitar a «trágica» descida na temporada 2005/2006. No currículo conta, portanto, com três subidas à Liga pelo Moreirense e uma descida à II Liga pelo V.Guimarães.
 
8. Diretores desportivos já estiveram do outro lado
Flávio Meireles e Marco Couto são os diretores desportivos de V.Guimarães e Moreirense, respetivamente. Os dois já estiveram do outro lado da barricada. Antes de rumar ao Vitória, onde chegou a capitão de equipa e terminou a carreira, Flávio Meireles representou o Moreirense durante três temporadas. Também ele foi um dos obreiros da primeira subida de divisão. Marco Couto foi defesa central do V.Guimarães durante quatro temporadas.  
 
9. Hinos pela mesma voz
Traço identitário, o hino é uma das imagens de marca de cada clube. V.Guimarães e Moreirense não fogem à regra. Têm em comum o facto de os seus hinos terem a mesma voz e a mesma autoria. Dino Freitas, cantor vimaranense, é o autor do hino do Vitória, o «Força branquinhos, Vitória de Guimarães» e também do hino do Moreirense «O verde da pureza a quem pertence, o branco da esperança a quem pertence, ao Moreirense».
 
10. Defendi e Cardozo mexeram com o mercado
Rodrigo Defendi esteve com um pé em Moreira de Cónegos, mas acabou por se mudar para o V.Guimarães. Ramón Cardozo tinha como destino o Estádio D. Afonso Henriques, mas acabou por «aterrar» em Moreira de Cónegos. Destinos que se cruzaram e que mexeram com o último mercado. Os dois clubes vimaranenses, que apesar de protagonizarem um dérbi concelhio não se considerarão propriamente rivais, rivalizaram por reforços na composição do plante.
 
Curiosidades à parte, esta sexta-feira pelas 20h30 joga-se mais um capítulo do confronto vimaranense entre o Vitória e o Moreirense. O palco é o D. Afonso Henriques, o maior anfiteatro do quarto concelho a dar dois clubes à Liga. 

18 dias depois, a Liga está de volta

O último jogo disputado para o campeonato foi o Rio Ave-Académica, no dia 10 de novembro. A paragem já vai longa e levanta natural curiosidade este regresso da Liga.

Além deste dérbi minhoto, jogo de abertura da 11ª Liga, vale a pena destacar a exigente visita do líder Benfica a Coimbra e a receção do FC Porto ao perigoso Rio Ave.

Em Alvalade, o Sporting recebe o Vitória Setúbal, enquanto Belenenses e Sporting Braga, quarto e quinto classificados, também testes interessantes.

Os Guerreiros do Minho vão a casa do aflito Penafiel e os homens da Cruz de Cristo recebem o Arouca.

Pode ler tudo sobre a Liga AQUI.




 
Continue a ler esta notícia

Relacionados