V. Guimarães-FC Porto, 0-1 (crónica) - TVI

V. Guimarães-FC Porto, 0-1 (crónica)

  • Sérgio Pires
  • Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães
  • 12 mai 2018, 18:18

847 dias depois, Conceição regressou ao Afonso Henriques como Conquistador

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O jogo dura 90 minutos. O pré-jogo dura o tempo da nossa memória.

Esta tarde, numa partida marcada por reencontros e despedidas, o FC Porto venceu o Vitória por 1-0 e terminou a temporada com a consagração plena por atingir o recorde de 88 pontos na Liga.

Para abordar o jogo de consagração do campeão nacional, bem podemos recuar a 17 de janeiro de 2016: Sérgio Conceição estava sentado no banco vitoriano nesse que foi o único triunfo sobre os azuis e brancos para a Liga nas últimas 13 épocas. Após essa partida, esperava-se que Conceição fosse anunciado como substituto de Julen Lopetegui no comando técnico dos dragões, mas acabou por ser preterido por José Peseiro.

847 dias depois, numa tarde soalheira, Conceição regressa ao Berço com o título de campeão nacional no bolso e pronto para celebrar nos Aliados um título ansiado há quatro anos. A troca de papéis com Peseiro e o regresso ao D. Afonso Henriques como Conquistador soa a justiça poética para o técnico apontado como principal obreiro do título portista.

V. Guimarães-FC Porto, 0-1: ficha e jogo ao minuto

Mas voltemos ao jogo, em que, mesmo com o FC Porto já campeão e o Vitória longe da Europa, havia objetivos para alcançar: os dragões perseguiam o recorde de pontos, igualando os 88 do Benfica de Rui Vitória em 2015/16; os vitorianos jogavam para subir uma posição (de 8.º para 7.º, em caso de triunfo e escorregadela do Marítimo).

Conceição mudou mais de meia equipa. Fez seis alterações em relação ao jogo com o Feirense da passada jornada. A mais notada, apesar de esperada, foi a titularidade na baliza de de Vaná, que teve a sua oportunidade, tal como Fabiano (que o substituiu a dez minutos do fim), de jogar os primeiros minutos na Liga e ser campeão de pleno direito.

À sua frente do guarda-redes, Maxi, que fez o 100.º jogo de dragão ao peito, foi a única alteração no quarteto defensivo habitual – com Felipe, Marcano e Telles.

Lá na frente, Gonçalo Paciência surgiu como companheiro de ataque de Marega – com Corona e Brahimi a abrirem os flancos. O jovem avançado portista apareceu muitas vezes em zona de finalização, porém, sempre muito perdulário.

No fundo, ele foi a imagem da primeira parte portista: maior caudal de jogo, muitos remates à baliza, mas tremenda falta de eficácia. Enfim, Paciência…

Apesar do domínio territorial portista, seriam do Vitória – sem Hurtado, lesionado à última hora – as melhores oportunidades da primeira parte: aos 15’, Rafael Martins isolou-se na cara de Vaná e atirou ao lado; aos 39’, Wakaso apareceu solto à entrada da área em posição de remate mas atirou para as mãos do guarda-redes brasileiro.

V. Guimarães-FC Porto, 0-1: destaques do jogo

O balneário serviu para acordar um dragão estremunhado por 15 dias de festa. Soares – que voltou a jogar num relvado que bem conhece, tal como Marega e André André – entrou para o lugar de Paciência 53’, o FC Porto continuou a encostar o Vitória às cordas e tanto Raphinha como Heldon, perigos pelas alas nas transições ofensivas, durante os primeiros 45 minutos, deixaram de carrilar jogo com tanta frequência.

No último terço do terreno, porém, continuava a faltar discernimento aos campeões na hora de definir. Mas o golo haveria de surgir aos 69'. Numa bola parada, lance que se tornou marca registada deste FC Porto de Conceição: livre cruzado bem tirado por Alex Telles e cabeceamento de Marcano.

Golo da vitória do FC Porto e, provavelmente, golo da despedida para o central espanhol, que está em final de contrato.

Não havia melhor epílogo para Ivan, um esteio durante toda a época, numa tarde que marcou também a despedida do capitão vitoriano Moreno e do árbitro assistente Nuno Roque, que terminaram a carreira e foram homenageados antes do apito inicial. Isto sem contar com outras previsíveis despedidas dos respetivos clubes: Maxi, Raphinha e outros mais…

Com uma vitória em Guimarães, haveria também de ser esta a despedida perfeita para o FC Porto, numa época que fica para a memória.

Fim de jogo. Fim de campeonato. O FC Porto segue em festa rumo aos Aliados para a consagração dos campeões.

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