V. Guimarães-FC Porto, 1-2 (crónica) - TVI

V. Guimarães-FC Porto, 1-2 (crónica)

Vitória Guimarães-FC Porto

Chama do dragão queima terreno no dia em que Marega abandonou o relvado

A chama do dragão queima terreno. O FC Porto vence em Guimarães (1-2) passando num terreno difícil após o triunfo no clássico com o Benfica e aproxima-se do rival. A liderança está a apenas um ponto, o conjunto de Sérgio Conceição ameaça ripostar na mesma moeda à recuperação encarnada da época passada. O jogo fica, inevitavelmente, marcado pelo abandono de Marega do relvado.

O jogador maliano queixou-se de insultos racistas após ter marcado o golo que deu o triunfo aos azuis e brancos, pediu para ser substituído e desde logo encaminhou-se para o túnel de acesso aos balneários. O futebol passou para segundo plano, colegas e restante staff tentaram travar o maliano, mas ninguém conseguiu demover o maliano que já foi feliz em Guimarães.

Voltou a sê-lo; decidiu o jogo, mas depois veio ao de cima um episódio inédito no futebol português. Marega abandonou, então, o relvado minutos depois ao desentender-se com os adeptos que tantas vezes o idolatraram, queixando-se de insultos racistas.

No futebol jogado, os azuis e brancos estiveram longe de deslumbrar, passaram até por momentos de aperto, mas marcaram nos momentos certos e tiveram depois a capacidade para congelar o jogo. Um autogolo de Douglas e o tal golo de Marega na segunda metade fazem os dragões conquistar os três pontos na Cidade Berço.

A ver o comboio europeu passar cada vez mais ao lado, o V. Guimarães foi mais do mesmo. Prestação positiva em mais um jogo de cartaz, esteve por cima várias vezes, mas sai uma vez mais de mãos vazias do encontro. O golo de Bruno Duarte foi insuficiente.

Entrada avassaladora, resposta e jogo congelado

Forçosamente motivado por aquilo que a jornada já proporcionou, o FC Porto teve uma entrava avassaladora no D. Afonso Henriques. Encostou um V. Guimarães já de si tímido às cordas, colocando várias bolas com perigo na área da equipa de Ivo Vieira.

Foi, por isso, sem surpresa, que o conjunto de Sérgio Conceição chegou à vantagem quando estavam decorridos apenas onze minutos. Com um início de jogo de sentido único, Sérgio Oliveira encheu o pé esquerdo na área ao rematar de primeira após cruzamento de Zé Luís. A bola embate na trave e é devolvida pelas costas de Douglas para dentro da baliza.

Vantagem justifica. A entrada azul e branca foi forte, também em grande dose à boleia de um Vitória apático. Precisou de sofrer a equipa de Ivo Vieira para entrar em jogo, registando uma resposta também ela forte, na qual conseguiu três oportunidades soberanas.

Valeu Marcano a evitar o empate em cima da linha de golo com um corte quase milagroso. Pouco depois foi Marchesín a travar uma autêntica bomba de Pepê com uma grade defesa e por último foi Bruno Duarte a atirar ao ferro, ainda que o lance fosse invalidade por fora de jogo.

Arranque de jogo prometedor, mas que acabou por ser congelado. As duas equipas baixaram a intensidade, por conveniência do FC Porto e por falta de capacidade dos vimaranenses para manter o ritmo a nível ofensivo.

FC Porto resiste, marca e volta a congelar

A entrada no segundo tempo voltou a ser intensa, mas com inversão de cores. O Vitória precisou apenas de quatro minutos para empatar o jogo. Ola John percorreu todo o flanco esquerdo livrando-se de três adversários e já na linha de fundo cruzou de pé esquerdo para cabeçada certeira de Bruno Duarte.

Mérito da jogada do Vitória, mas Marchesín e Marcano não ficam propriamente bem na fotografia ao deixar o avançado completamente sozinho nas costas. Empolgou-se o Vitória, empurrou o D. Afonso Henriques e a equipa vimaranense esteve por cima, fazendo vários remates, ainda que sem criar grande perigo.

Quando o V. Guimarães estava por cima uma bola longa de Mbemba para Marega teve a ajuda de Venâncio a parar o esférico na correria, deixando Marega completamente isolado para marcar. O maliano picou sobre Douglas e devolveu os dragões à vantagem no marcador. Uma vantagem que se manifestou decisiva.

Voltou a congelar o jogo o FC Porto como foi capaz, com o episódio de Marega pelo meio e Marchesín a retardar as reposições de bola em jogo perante uma tentativa de resposta pouco produtiva do Vitória. A realidade é que até pertenceu a Corona, que rematou por cima na cara de Douglas.

Três pontos preciosos para os dragões, num terreno difícil, a queimar terreno em direção à liderança.

[Crónica atualizada às 21h14]

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