V. Guimarães-V. Setúbal, 2-0 (crónica) - TVI

V. Guimarães-V. Setúbal, 2-0 (crónica)

V. Guimarães-V. Setúbal

Um inglês de se lhe tirar o chapéu

O Vitória de Guimarães somou o primeiro triunfo após o regresso do campeonato ao bater o homónimo de Setúbal com um momento de classe pura de Edwards e um golo vistoso de Ouattara (2-0). Um inglês de se lhe tirar o chapéu, portanto, no regresso aos triunfos do conjunto de Ivo Vieira.

Com um estreante na defesa, Suliman, e o regresso de Mikel Agu à competição mais de meio ano depois, os vimaranenses mostraram outra segurança defensiva e uma dose superior de equilíbrio, acabando por vencer com dois golos recheados de talento.

Um triunfo que relança as espectativas europeias dos vimaranenses no que à luta por um lugar europeu diz respeito, depois da derrota caseira do Famalicão. Prestação amorfa do Setúbal, mais reativa do que pró-ativa, a acabar reduzido, imagine-se, a oito elementos. Guedes e Sílvio foram expulsos nos descontos quando o jogo estava resolvido, desfalcando Julio Velázquez para a próxima ronda, numa altura em que os sadinos têm a linha de água a apenas três pontos.

Magia de terra de Sua Majestade a sair do preto e branco

A atravessar momentos negativos à partida para este encontro, a realidade é que quer Vitória de Guimarães quer Vitória de Setúbal entraram em campo literalmente a preto e branco. O Vitória da casa todo de branco, o Vitória sadino todo de negro, a conferir essas tonalidades ao início do jogo.

Muita luta pela posse de bola, mas pouca qualidade de parte a parte. O conjunto de Ivo Vieira podia acinzentar o jogo logo aos quatro minutos, dispondo de uma grande penalidade. André André colocou de mais e atirou ao lado, perdendo uma oportunidade soberana para tranquilizar os vimaranenses.

Entre muita luta e transpiração, quase sempre sem inspiração, mantinha-se o jogo disputado sem ascendente claro de qualquer uma das equipas, ainda que com mais predisposição do Vitória da casa nas aproximações à baliza adversária.

Valeu a magia de Sir Marcus Edwards com um lance verdadeiramente de génio a sair do preto e branco. O inglês driblou Semedo e Jubal com a bola colada ao pé esquerdo, esperando pelo central para o sentar com uma nova mudança de velocidade antes de atirar com o pé esquerdo com toda a convicção para o fundo das redes.

Ouatarra contra as dúvidas

Subiu uns furos de rendimento o Vitória sadino na reação à desvantagem, essencialmente após o intervalo. A equipa de Julio Velázquez apareceu mais espevitada e desinibida, rondando com mais afinco a baliza à guarda de Douglas. Uma tendência que ameaçava tornar-se séria à boleia da quebra que tem sido notória nas segundas partes do Vitória de Guimarães pós pandemia, como o próprio Ivo Vieira já reconheceu.

Geriu a sua equipa Ivo Vieira, tentou fazer alterações sob o ponto de vista físico e não tanto do ponto de vista estratégico, conseguindo dessa forma suster o ímpeto do V. Setúbal e tendo um potencial segundo golo sempre em ponto de mira.

Golo que chegou ao minuto 84, quando o cronómetro já se encaminhava para o final, com um golo de se lhe tirar o chapéu. Fresco no ataque, Ouattara aproveitou um mau passe do adversário, ganhou na velocidade a Artur Jorge com enorme facilidade e com espaço fez um chapéu a Paes arrumando com a questão.

Três pontos para o V. Guimarães numa exibição conseguida mas longe de deslumbrar dos pupilos de Ivo Vieira, relançando a luta pelo quinto lugar. Décimo-primeiro jogo consecutivo sem vencer do V. Setúbal e a linha de água está a só a três pontos.

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