FC Porto-V. Setúbal, 1-1 (crónica) - TVI

FC Porto-V. Setúbal, 1-1 (crónica)

A volta na Liga tinha 360 graus

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Embaralha, parte e volta ao mesmo. O FC Porto não aproveitou o tropeção do Benfica na Mata Real e também empatou (1-1), em casa, frente ao V. Setúbal, num jogo intenso em que um Dragão a abarrotar tentou, sem sucesso, empurrar a equipa para a liderança. Fica tudo na mesma: um ponto separa os dois rivais antes do duelo na Luz. A volta que se adivinhava que a Liga ia dar desde a noite da Mata Real tinha, afinal, 360 graus.

O jogo foi de nervos de início a fim. A postura sadina, assente na expectativa e, inclusive, perda de tempo, enervou o Dragão e a tensão passou para os jogadores do FC Porto, à medida que o tempo passava sem o marcador funcionar.

Não era por falta de oportunidades, de resto. Antes do golo de Jesus Corona, em noite de regresso, no lugar de André André, após paragem por lesão (a outra novidade foi Layún em vez de Maxi), já a equipa de Nuno Espírito Santo tinha desperdiçado ocasiões suficientes para construir uma vantagem.

Brahimi foi o primeiro, após passe de André Silva, num lance em que Vasco Fernandes salvou sobre a linha. Depois houve um três em um: no mesmo canto, Marcano atirou ao poste, Felipe contra um adversário e Soares permitiu a defesa a Varela. E, por fim, André Silva, de cabeça, solto, atirou ao lado.

Três momentos de pressão intensa, numa primeira parte em que as tímidas investidas do Vitória foram facilmente manietada quer pelos defesas portistas, quer por Casillas, no par que chegou à baliza.

De premeio, o tal nervosismo latente. Aos cinco minutos, Bruno Varela já estava a ser assobiado por perda de tempo. Manuel Oliveira deu cinco minutos de compensação depois de muito falar com o guarda-redes e com Vasco Fernandes, useiro e vezeiro, em situações semelhantes. Na segunda parte a compensação atingiu os sete minutos. A imagem deixada por Varela e Vasco Fernandes, sobretudo, no Dragão, foi triste. E alastrou-se a toda a equipa: todos os jogadores substituídos pelo V. Setúbal foram assistidos no relvado imediatamente antes de saírem.

O golo de Corona, no instante seguinte a ser mostrada a placa de compensação da primeira metade, parecia desbloquear de vez o jogo para a equipa de Nuno. Um golaço, num remate de primeira, sem deixar cair, após centro de Oliver Torres. Na verdade, o início do segundo tempo mostrava um FC Porto mais calmo, com duas iniciativas na área, uma de Brahimi, outra de Corona, a deixarem antever que poderia chegar o 2-0. Pura ilusão. Em sentido inverso, veio o empate.

Felipe escorregou na altura errada e o centro de Nuno Pinto apanhou João Carvalho que ficou na cara de Casillas e picou-lhe a bola, fazendo o seu primeiro golo na Liga. Ironia das ironias, era um jogador emprestado pelo Benfica a travar a subida do FC Porto ao primeiro lugar do campeonato.

A lucidez portista após o empate deixou muito a desejar e o V. Setúbal, com uma solidez defensiva assinalável, sobretudo pela atuação da dupla Venâncio-Fábio Cardoso, e alguma sorte no cabeceamento ao poste de André Silva, conseguiu fechar de vez a baliza de Bruno Varela e fazer o que tinha feito na Luz ainda em agosto: pontuar.

O FC Porto falhou uma ocasião soberana para ser líder isolado da Liga, algo que ainda não conseguiu esta época. Terá outra na próxima semana quando visitar o rival, mas a mensagem que passa, até pelo final da série de nove vitórias seguidas e pelo segundo empate caseiro da época, após a receção ao Benfica, não é o melhor. O fantasma de falhar em momentos chave volta a pairar a norte.

Vem aí uma semana de paragem e uma coisa é certa: nenhum dos candidatos chegará na plenitude ao Clássico.

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