Os antecessores do V. Setúbal em descidas na secretaria - TVI

Os antecessores do V. Setúbal em descidas na secretaria

Bonfim

Corrupção,salários em atraso e irregularidades na inscrição de jogadores na base das decisões administrativas

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Confirmada a descida de V. Setúbal ao Campeonato de Portugal, o Maisfutebol entrou na máquina do tempo e recordou outras quatro equipas que caíram da Liga para o terceiro escalão na secretaria. 

Refira-se que não foram consideradas descidas de clubes da II Liga para os escalões inferiores como aconteceu com Famalicão (1988) e Salgueiros (2004).


1998-: Leça FC e o caso ‘Guímaro’

O Leça desceu na secretaria e o caso foi bastante simples. Em casa de um árbitro encontrou-se um cheque no valor de 500 contos (algo como 2500 euros) passado pelo presidente do clube, Manuel Rodrigues.

A Liga ordenou a descida do clube para a segunda divisão.

2006: Gil Vicente e o caso Mateus

Os gilistas foram despromovidos em 2006 depois de terem terminado a temporada no 12.º lugar. A utilização irregular do angolano Mateus, que recentemente deixou o Boavista, ditou a descida de divisão.

Passados mais de 10 anos, o clube voltou à Liga… também por decisão judicial.

2008: Boavista e o Apito Final

O Boavista pôs fim aos 38 anos consecutivos na Liga depois de um caso de coação no processo Apito Dourado. O clube desceu à segunda divisão após ter terminado a Liga em 10.º, andou pelo extinto Campeonato Nacional de Seniores (terceira divisão) e regressou em 2014 ao convívio dos grandes também por decisão administrativa. 

2009: Estrela da Amadora e a crise financeira que colapsou o clube

O Estrela teve a particularidade de conseguir salvar o Belenenses pela segunda vez em apenas três anos. Graves problemas financeiros afastaram o clube das provas profissionais, depois do 10.º posto conseguido em campo. O clube foi impedido de se inscrever nas provas profissionais. Uma série de situações levou à extinção do mesmo. 

A crise foi de tal forma sentida que o clube acabou durante um período. Voltou 11 anos depois, em fusão com o Sintra Football, do Campeonato de Portugal.

2020: V.Setúbal e o esforço em vão

Na iminência de descer de divisão, o clube sadino apostou em Lito Vidigal a quatro jornadas do fim. O técnico garantiu a manutenção para dias depois ser anunciada a descida dos sadinos aos campeonatos não-profissionais.

A candidatura do Vitória aos quadros da Liga foi rejeitada, alicerçada no incumprimento de critérios legais e financeiros, como dívidas a sociedades desportivas, jogadores, treinadores e funcionários.

2020: Desp. Aves e a descida com uma queda maior que o esperado

O Desp. Aves esteve praticamente toda temporada em zona de despromoção. Com a II Liga no horizonte, o emblema avense começou a ser notícia por outras razões. Os salários em atraso levaram a que 12 jogadores da primeira equipa rescindissem. 

A inscrição na II Liga foi afastada pelo organismo presidido por Proença, que declarou o clube incumpridor em 16 pontos relativos a terminações legais e financeiras, atirando-o para o CP.

Foram 30 anos de gestões imprudentes, algumas das quais os clubes não se conseguiram levantar. O Leça e o Estrela continuam nas distritais, ao contrário de Gil e Boavista que regressaram ao convívio entre os grandes por decisão judicial.

Ainda nos mesmos moldes há o caso do Famalicão e do Salgueiros, que desceram da segunda à terceira divisão em 1988 e 2004, respetivamente. Resta saber como V.Setúbal e Desp. Aves resistem à quebra de receitas e orçamentos reduzidos, algo a verificar nos próximos anos.

 

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