V. Setúbal diz que «situação é de emergência e de saúde pública» - TVI

V. Setúbal diz que «situação é de emergência e de saúde pública»

Sadinos afirmam que não têm jogadores para defrontar o Sporting e explicam caso

Relacionados

O presidente do Vitória de Setúbal, Vítor Hugo Valente, explicou nesta quinta-feira, em conferência de imprensa a situação relativa ao jogo com o Sporting. Os sadinos pediram o adiamento do encontro pois têm, neste momento, 14 jogadores no hospital e outros com sintomas de doença.

«É uma situação de emergência. No Vitória não brincamos com estas coisas. Estamos a falar de saúde pública em geral e dos nossos atletas», começou por dizer o dirigente, no estádio do Bonfim.

Vítor Hugo Valente contou depois que «durante a semana, o departamento médico indiciou um conjunto de jogadores com sintomas que se vieram a concretizar com incapacidade derivada de um vírus».

Tal situação, «impossibilitou-os de treinar e de jogar» e, por isso, o clube tomou «medidas adequadas no departamento e no hospital».

Vítor Hugo Valente listou os atletas afetados: «Meira, Sílvio, Carlinhos e Semedo estiveram ontem no hospital. Hoje, estão nesse momento no hospital da Luz, Artur Jorge, Éber Bessa, Mansilla, Ghilas, Nuno Valente, Semedo, Hachadi, Makarize, Pirri, André Sousa, Jubal, Heriberto, Zequinha e Nuno Pinto. Com sintomas e a caminho disso, temos Mano, Milton e Leandrinho.»

Valente afirmou que o «Vitória desde sempre pugnou pela integridade das competições» e por isso «deu conta à Liga, como tinha de o fazer» do que se passava.

«A par da integridade das competições, cumpre-nos defender a integridade física dos nossos adeptos. Demos conta ao Sindicato dos Jogadores e também contactámos o Sporting a dar conta desta situação», revelou de seguida.

Neste momento, o presidente sadino explicou o pedido de adiamento e a sugestão de um novo dia para ojogo com os leões se realizar.

«A Liga disse para encontrarmos uma data disponível. Estaria, obviamente, ao lado dos clubes para ultrapassar um assunto desta natureza», disse.

Vítor Hugo Valente narrou:

«O Sporting respondeu através de um funcionário do departamento de futebol, dizendo que não tinham datas disponíveis porque estavam nas seguintes competições: Liga, Taça da Liga e Liga Europa. O Vitória sugere como datas disponíveis as duas eliminatórias da Taça de Portugal nas quais, lamentavelmente, nem o Sporting nem o Vitória estão integrados. São duas datas que qualquer um dos clubes, no caso o clube que rejeita mudar o jogo de sábado, se estivesse na Taça tinha de jogar. Não estando, essa data está disponível. O que nos cumpre defender são os nossos atletas, o clube e a integridade das provas. Não tem lógica nenhuma jogar com os juniores. A equipa de sub-23 tem jogo nesse dia, não temos jogadores disponíveis. O Vitória é solidário com a competição e com outros clubes. Quem não é solidário connosco, temos de rever as nossas posições.»

Questionado sobre se pondera não ir a jogo caso não haja um adiamento, o líder do Vitória respondeu: «Tratamos de factos. Percebo a pergunta, mas não especulamos. Neste momento, não temos jogadores. Não treinaram, mas nem é por isso. Estão doentes e inibidos de jogar pelo departamento médico.»

O presidente do Sporting, Frederico Varandas, foi clínico no emblema sadino, algo que Vítor Hugo Valente quis salientar.

«Eu não acredito que o presidente do Sporting, que é médico, seja insensível a esta situação. Isto é uma questão de saúde pública. Isolámos o balneário porque uma virose com este tipo de abrangência…já temos o fisioterapeuta no hospital, um vice-presidente que não pode sair de casa, temos de tomar providências para que não se alastre a quem vem aqui ao estádio», afirmou.

Valente acrescentou que «há regulamentos na Liga que preveem esta situação», mas que o clube a que preside «não chegou a esse ponto» porque acredita «que isto se resolve com bom senso».

Médico explica o caso

O médico do Vitória, Ricardo Lopes, explicou que os primeiros sintomas surgiram após o encontro com o Famalicão, para a Liga, e eram «compatíveis com uma infeção viral, nomeadamente febre, gastrointestinais e também respiratórios, tendo o pico de doença ocorrido entre os dias de ontem [quarta-feira] e de hoje [quinta-feira]». 

Assim, devido a este quadro clínico, «vários atletas tiveram a necessidade de assistência hospitalar para receber medicação endovenosa». Ricardo Lopes declarou que os atletas foram isolados e que «perante esta situação clínica a maioria não apresenta condições físicas para no curto prazo poderem ser expostos a situação de jogo.»

O médico acrescentou que há perigo de contágio, inclusive para os jogadores do Sporting que defrontem alguns dos futebolistas sadinos que ainda não apresentam sintomas, mas que podem estar, de facto, infetados. 

Ricardo Lopes concluiu que o período habitual de «uma recuperação destes sintomas é de sete dias».

Continue a ler esta notícia

Relacionados