V. Setúbal-Tondela, 0-0 (crónica) - TVI

V. Setúbal-Tondela, 0-0 (crónica)

Vontade como sempre, a patologia do costume

Para o ritmo cardíaco acelerado há toda uma vasta panóplia de conselhos. Respirar fundo durante alguns minutos, recorrer a ansiolíticos ou procurar a ajuda de um especialista se os sintomas persistirem.

Esse especialista pode ser médico ou adepto de uma equipa de futebol. É que se há coisa à qual estão habituados sadinos e tondelenses, é à luta fratricida pela permanência, que põe, ano após ano, à prova os resistentes corações dos adeptos.

TUDO SOBRE O V. SETÚBAL-TONDELA

Na época anterior, as duas equipas só garantiram a manutenção na Liga à penúltima (V. Setúbal) e última jornada, no caso de Tondela. O facto de por lá continuarem significa que valeu a pena passar por tudo, mas não há adepto que não assine já de cruz um final de enredo feliz e muito menos atribulado.

Ainda é demasiado cedo para lançar búzios e um sempre tristonho empate sem golos aconselha-nos a máxima prudência, mas a equipa visitante parece nesta altura melhor preparada para ter uma viagem menos atribulada em 2019/20.

O conjunto orientado por Natxo teve mais bola, maior fluidez de jogo e demonstrou ter as ideias mais arrumadas num jogo em que a primeira ocasião de golo até foi favorável à equipa da casa: aos 9 minutos, o reforço Hachadi falhou de posição privilegiada.

Tal como na época passada, o conjunto sadino parece suportar-se na segurança defensiva. Mantêm-se os problemas estruturais e, sobretudo, a relação complicada com a baliza contrária.

No final da primeira parte, o balanço era, ainda assim, de duas boas oportunidades para cada lado. Os beirões, a jogar de pé para pé e a explorarem a velocidade dos extremos, muito envolvidos em movimentos interiores, falharam duas vezes na cara de Makaridze, primeiro por Murillo e depois por Toro. A capacidade de criação da equipa da casa resumia-se às bolas paradas e aos 42 minutos Artur Jorge ficou perto de inaugurar o marcador.

A etapa complementar andou em lume brando demasiado tempo. As entradas de Berto e Nuno Valente pareceram estancar o melhor Tondela e fizeram com que a equipa da casa passasse mais tempo no meio-campo contrário e repartisse, ainda que a espaços, os períodos com bola.

Ainda assim, demasiado curto para fazer mossa numa equipa visitante que se apresentou bem organizada e aparentemente mais apta para a combater a tal patologia de que padece quase sem exceção desde que anda na alta roda do futebol português.

Ao cair do pano, os beirões estiveram a centímetros do golo, já depois de Semedo ter sido expulso por acumulação de amarelos. O recém-entrado Rubilio Castillo atirou ao poste numa tentativa de chapéu. Os três pontos ter-lhes-iam assentado bem.

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