Bragaparques quer 500 mil euros de Sá Fernandes - TVI

Bragaparques quer 500 mil euros de Sá Fernandes

  • Portugal Diário
  • 15 jun 2007, 15:35

Domingos Névoa vai pedir esse valor de indemnização em três queixas-crime por alegada difamação

O gerente da Bragaparques, Domingos Névoa vai pedir mais de 500 mil euros de indemnização ao advogado Ricardo Sá Fernandes, em três queixas-crime por alegada difamação, a primeira das quais já entrou no Tribunal de Braga, disse à Lusa fonte ligada ao processo.

Segundo fonte judicial, a primeira queixa por difamação e injúrias entrou esta semana no Ministério Público (MP) do Tribunal Judicial local, e tem como base uma entrevista dada, em Janeiro, pelo jurista lisboeta ao semanário SOL na qual o empresário de Braga era apelidado de «vigarista».

A queixa, a que se seguirá um pedido de indemnização de «algumas centenas de milhares de euros», sustenta que o adjectivo depreciativo empregue por Ricardo Sá Fernandes «atenta contra a honra, o bom nome e a consideração públicas de um empresário dinâmico e reputado no seu meio social, conhecido por ser um homem sério, honesto, e trabalhador».

A queixa entregue pelo advogado Artur Marques defende, ainda, que Domingos Névoa «é líder de um grupo de empresas que cria riqueza para o país e para a região do Minho», dando, actualmente, emprego, directa e indirectamente a cerca de duas mil pessoas.

Ricardo Sá Fernandes apelidou o empresário de «vigarista» na sequência do pedido de instrução do caso da alegada tentativa de corrupção de José Sá Fernandes, no qual Névoa defende que foi o advogado Ricardo Sá Fernandes quem lhe pediu 500 mil euros para financiar uma campanha do irmão, José.

O advogado - que já anunciou idêntica queixa pelo mesmo motivo contra Névoa - foi o protagonista de uma investigação, ainda em curso nos tribunais, e que resultou numa acusação a Névoa por tentativa de corrupção para acto ilícito, por alegadamente ter oferecido 200 mil euros para José Sá Fernandes desistir da acção popular metida contra a compra dos terrenos do Parque Mayer.

O empresário afirma que, em Setembro de 2005, o jurista lhe solicitou um financiamento para pagar as despesas da campanha política do irmão, do Bloco de Esquerda, para as eleições autárquicas desse ano e para a liquidação de despesas pessoais.

Névoa especifica que Ricardo Sá Fernandes desceu o «pedido» para 250 mil euros e depois para 200 mil, a verba que consta das conversas gravadas pelo advogado.

Contrapõe que foi Ricardo Sá Fernandes quem lhe propôs, como contrapartida, a desistência da acção popular, sublinhando que «nunca lhe pediu» que fizesse qualquer declaração a favor da Bragaparques.

No pedido de abertura de instrução consta, também, que Ricardo Sá Fernandes disse que o irmão faria, por sua iniciativa, uma declaração pública, que lhe permitisse sair bem do caso, «sem perder a dignidade política e pessoal».

No processo, Ricardo Sá Fernandes afirma que foi Névoa quem o contactou, em conversas que gravou, oferecendo-lhe 200 mil euros para o irmão mudar de opinião.
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