De refugiado ao Mundial com a final da Liga dos Campeões pelo meio - TVI

De refugiado ao Mundial com a final da Liga dos Campeões pelo meio

Liverpool-Dortmund (Reuters)

A incrível história de vida de Lovren, jogador do Liverpool e da Croácia

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Provável titular no centro da defesa da Croácia, depois de terminado a época no seu clube com a derrota na final da Liga dos Campeõs, Dejan Lovren tem atrás de si uma história de superação difícil de imaginar.

Foi isso mesmo que o defesa croata contou num documentário produzido pelo canal oficial do Liverpool no Youtube, intitulado «A minha vida como um refugiado», e contada também pela ESPN Brasil, na qual recorda a fuga da Bósnia, onde nasceu, com a família, quando ainda era uma criança. A razão, a guerra fratricida que desfez a ex-Jugoslávia e que fez de milhares de pessoas refugiados.

Lovren tinha apenas três anos, mas há memórias passadas na cidade natal que não se apagam da memória do internacional croata, que já partilhou balneário os portugueses Anthony Lopes, no Lyon, e José Fonte, no Southampton.

«Zenica foi atacada porque era uma cidade maior, mas eram nas vilas mais pequenas que as coisas mais horríveis aconteciam. As pessoas eram brutalmente assassinadas», descreve, confidenciando que o irmão do tio «foi morto à frente de outras pessoas com uma faca».

Hoje com 28 anos, e depois viver até aos 10 anos como refugiado na Alemanha, para onde a família fugiu deixando toda a vida para trás, antes de ser «convidada a sair» e rumar à Croácia por não lhes ter sido concedida a permissão de permanência, Lovren afirma que as memórias da guerra continuam muito vivas.

«É como se a guerra tivesse acontecido ontem. É um assunto delicado de se tocar, por isso as pessoas evitam-no», confessa, o central, confidenciando um pedido feito pela mãe para que não falasse desse tema no documentário, pedido que não cumpriu para alertar consciências.

«Quando vejo o que está a acontecer atualmente com os refugiados, eu lembro-me da minha história, da minha família e de como as pessoas não te querem nos seus países», declara, reforçando que se trata de pessoas que «não têm onde viver».

«Não é culpa deles [refugiados]. São pessoas que estão a lutar para salvar a vida e a dos seus filhos. Que precisam de um lugar seguro para o futuro de suas crianças. Eu passei por tudo isso e sei pelo que estão a passar algumas destas famílias. Deem-lhes uma oportunidade», pede.

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