«Tenho o sonho de ser o Simeone do FC Porto»

Lucho González saiu do FC Porto, mas deixou no ar a possibilidade de regressar. «Pode ser que volte como treinador», disse na altura. Em entrevista ao jornal «O Jogo», o argentino explica que tem uma certeza em relação ao seu futuro: quer manter-se no futebol.

Pensa jogar, «pelo menos, mais dois anos», mas ser treinador é uma forte possibilidade. Simeone, que foi jogador e capitão do At. Madrid, equipa que agora orienta, poderá ser um exemplo a seguir: «Tenho o sonho de poder ser o Simeone do FC Porto, é um exemplo bonito. Em conversas com o pessoal do clube digo, um pouco na brincadeira: Um dia serei eu o treinador, um dia serei eu. Com sinceridade, se acabar a carreira de jogador e avançar, é um objetivo a que me proponho.»

«É algo que me agrada», aponta Lucho González, sobre o cargo de treinador. Não sabe se tem perfil para sê-lo, embora nem acredite que «haja um perfil para se ser treinador». «Alguma coisa hei de perceber do jogo», refere.

Lucho tem consciência das dificuldades da profissão. Lembra que teve conversas com o antigo treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, e que tem a noção de que «ser treinador é algo que exige mais tempo do que o dia tem»: «É uma carreira muito difícil, que exige personalidade e muita cabeça. No fim, mandam os resultados.»

Mourinho ou Guardiola? «Não conhecendo nenhum dos dois, gosto mais do Guardiola. Mas esta é uma discussão do género Messi e Ronaldo.»

O único arrependimento de Lucho foi «não ter assinado um contrato de representação com o Jorge Mendes» e explica porquê: «Havia interesse do Chelsea [depois da primeira época no FC Porto], mas eu tinha o representante errado.»

O médio falou ainda das razões que o levaram a sair para o Al-Rayyan, do Qatar. «Economicamente, não o posso negar, foi uma oportunidade única, mas também é verdade que termos saído da Champions pesou, assim como o facto de, individualmente, as coisas não me estarem a sair bem», explicou Lucho, negando qualquer problema de relacionamento com Paulo Fonseca.

«A minha cabeça não estava bem», apontou o argentino, acrescentando que não se sentia feliz.