Mourinho: «Sem trabalhar não sou suficientemente feliz para me divertir» - TVI

Mourinho: «Sem trabalhar não sou suficientemente feliz para me divertir»

José Mourinho

Treinador em entrevista à Sky Sports fala da felicidade que o regresso ao trabalho no Tottenham lhe proporcionou

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José Mourinho está «feliz». Numa entrevista à Sky Sports, o treinador português fala no regresso ao trabalho no Tottenham, conta o que aprendeu enquanto esteve parado e a determinação que tem agora em conhecer o novo plantel antes de virar-se para o mercado.

«É assim que me sinto agora. Estou feliz por vir trabalhar todos os dias, feliz por estar aqui das 7h30 às 18h30. Feliz por dormir aqui a seguir aos jogos, por estar aqui com a minha equipa a analisar os jogos e a preparar os próximos. Contente por estar no relvado a treinar os jogadores. Contente por trabalhar no escritório e analisar tudo. Contente por ir a todos os jogos. É essa felicidade no dia-a-dia que te ajuda a dar o teu melhor. É assim que me sinto agora. Estou feliz», começar por contar o treinador dos Spurs.

Nas primeiras três perguntas, Mourinho repetiu a palavra «happy» [feliz ou contente] dezoito vezes. É óbvio que o treinador português está satisfeito para esta novamente a trabalhar depois de 337 dias afastado do futebol. Em 2001, dois psicólogos holandeses - Ad Vingerhoets e Maaike van Huijgevoort - publicaram um estudo sobre a «doença da folga» [Leisure Sickness] que dava conta de uma certa insatisfação ou mesmo doença de pessoas que não conseguiam transitar de uma situação de trabalho para não trabalho.

Mourinho é um dos tais que não consegue ser feliz sem estar a trabalhar. «Os meus amigos diziam-me sempre, aproveita o mês de julho, aproveita o mês de agosto, nunca tiveste oportunidade para isso. Sinceramente, não consigo. Não estou suficientemente feliz para me divertir. Sinto falta do meu futebol, tenho esse fogo dentro de mim. Só estou contente quando posso apostar tudo, quando me posso comprometer a cem por cento. Isso só é possível quando estás contente contigo próprio, quando estás contente com o que te rodeia. Eu estou contente, dou cem por cento, dou tudo o que tenho», explica.

Mourinho está totalmente empenhado nas novas funções no Tottenham e até já admitiu que dorme com o pijama do clube. «Quando estás contente, estás disponível para dar 101 por cento. Sempre disse que quando te comprometes só pode ser de uma forma, é dar tudo, 99 por cento não chega», acrescentou.

Mas nem tudo foi perfeito desde que assumiu os Spurs. Mourinho até entrou a ganhar, mas recentemente perdeu jogos frente às suas antigas equipas, primeiro com o Manchester United, depois com o Chelsea. Mourinho admite que nem tudo está bem e que precisa de mais tempo para conhecer melhor os jogadores. «Em ternos de futebol, futebol puro, resultados puros, quando uma equipa muda de treinador a meio da época, há sempre uma razão. Há sempre uma razão. Quando as equipas estão perfeitas, estão a jogar de uma forma fantástica e os resultados são fantásticos, não se muda de treinador. Não estava à espera de entrar numa equipa a meio da época e encontrar uma situação perfeita. Ninguém conta com isso», comentou.

Nos dois anos e meio em que José Mourinho esteve no Manchester United, o clube investiu cerca de 300 milhões de libras em jogadores. Nesse mesmo período, o Tottenham gastou apenas 40 milhões de libras, passando mesmo duas janelas de transferências sem contratar jogadores. Mourinho quer fortalecer primeiro o grupo que tem à disposição e só depois pensar em reforços.

Toby Alderweireld renovou contrato e Mourinho quer que Vertonghen e Christian Eriksen façam o mesmo. «Preciso de conhecer os jogadores, as pessoas. Não como jogadores, mas mesmo como pessoas. Preciso de tempo para isso, não se conhece uma pessoa pelo olhar, não conheces uma pessoa com uma semana de trabalho e trabalho com tanta gente que, nesta altura, só quero aprender tudo sobre eles. Dentro de dois anos, já os irei conhecer profundamente. Neste momento, é tudo muito superficial e uma parte do meu trabalho é tentar conhecê-los o melhor que possa», referiu ainda.

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