Abel Ferreira revelou, em entrevista ao jornal grego Ethnos, que foi para o PAOK por sugestão de Fernando Santos, já depois de ter acompanhado a carreira de Sérgio Conceição no clube de Salónica. Uma entrevista em que o treinador português assume que a exigência no clube aumentou depois da conquista da «dobradinha» na época passada e que os objetivos, agora, passam pela qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões.
«Comecei a seguir o PAOK por causa do Sérgio Conceição. Estava a acompanhar a carreira dele, vi o que ele estava a fazer em Itália quando estava lá e depois continuei a segui-lo até à Grécia. Também segui o PAOK com o Fernando Santos, treinador que foi, e continuará a ser, uma referência para todos os portugueses», começou por destacar em referência ao atual treinador do FC Porto que terminou a carreira, como jogador, precisamente no clube grego.
O selecionador campeão Europeu é um dos treinadores mais respeitados na Grécia depois de ter orientado, além da seleção daquele país, o Panathinaikos, AEK e PAOK. «O Fernando Santos foi o primeiro a ligar-me. Falou-me o melhor possível do PAOK, explicou-me que seria bom para mim e para a minha carreira trabalhar nesta equipa. Se olharem para a história do PAOK, vão ver que não é um clube com muitos títulos, mas fora da Grécia toda a gente conhece o PAOK e os seus adeptos por causa do ambiente que criam no estádio», prosseguiu.
O PAOK foi campeão na temporada passada depois de 34 anos de jejum. Uma herança pesada para Abel Ferreira. «É difícil gerir as expectativas que existem. Foi ótimo para a equipe vencer a dobradinha e o primeiro campeonato em 34 anos. Mas isso significa que todos nós aqui devemos ter a mesma exigência. Estamos a criar um novo grupo, com uma idade média mais baixa, com sangue novo, mas com a mesma sede que teve o ano passado», contou.
Os objetivos estão, assim, bem definidos para a corrente época. «Queremos vencer o campeonato, assim como a Taça da Grécia. Através de objetivos de curto prazo, alcançaremos o objetivo de longo prazo. O que me foi sugerido como o maior desafio nesses três anos do meu contrato é entrar na fase de grupos da Liga dos Campeões. Para fazer isso, sabemos que precisamos nos concentrar no próximo jogo», destacou.
Foi precisamente esse objetivo que o PAOK falhou no arranque da presente temporada ao ser eliminado pelo Ajax na pré-eliminatória de acesso à fase de grupos, numa eliminatória muito equilibrada, mas que caiu para o lado da equipa holandesa. «Como o grande objetivo entrar na Liga dos Campeões, os dias seguintes à derrota com o Ajax, que ocorreu no meu primeiro mês no PAOK, foi um período difícil de gerir», contou ainda o antigo treinador do Sp. Braga.