Luís Castro diz que a seleção está «bem entregue» e Benfica «não faz sentido» - TVI

Luís Castro diz que a seleção está «bem entregue» e Benfica «não faz sentido»

Luís Castro (Lusa)

Treinador fala das ambições para o futuro depois de ter sido campeão na Ucrânia

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Luís Castro, que no sábado se sagrou campeão da Ucrânia, à frente do Shakhtar Donetsk, assumiu esta terça-feira a ambição de treinar uma seleção nacional, após uma carreira dedicada aos clubes. Quanto ao possível interesse do Benfica, o antigo treinador do FC Porto desvalorizou, considerando que não faz sentido falar-se em alterações no clube da Luz quando o atual técnico está no primeiro lugar da Liga.

Depois de treinar exclusivamente clubes portugueses entre as épocas 1998/99 e 2018/19, o treinador, de 58 anos, sagrou-se campeão na primeira época a trabalhar fora do país e assumiu que os seus objetivos para o futuro passam por «continuar a ganhar» nos clubes que treinar e por se tornar selecionador nacional, mas não necessariamente de Portugal.

«A seleção portuguesa tem o Fernando Santos e está bem entregue. Depois do Fernando, há ótimos treinadores que podem treinar a seleção. Não o escondo, [gostaria] de treinar uma seleção nacional. Agora, houve muitos objetivos na minha vida que não foram cumpridos e esse pode ser mais um», disse no decorrer de um videoconferência com jornalistas portugueses.

Luís Castro considerou que o número de treinadores lusos no estrangeiro pode aumentar nos próximos anos, devido à «metodologia de trabalho muito conseguida», que privilegia a exigência «permanente» quanto à «tomada de decisão dos jogadores» e é habitualmente «bem aceite» pelos plantéis.

Questionado sobre uma possível associação ao Benfica, atual líder da Liga, com 64 pontos, Luís Castro realçou que o clube lisboeta faz parte das ‘grandes instituições» pelas quais ‘todos os treinadores gostam de passar», mas lembrou que o atual técnico, Bruno Lage, com contrato válido até 2024 e sagrou-se campeão em 2018/19 quando «já ninguém acreditava ser possível».

«Não faz qualquer sentido falar em treinadores para o Benfica, quando o Benfica tem um treinador no primeiro lugar", vincou.

Com o Benfica e o FC Porto igualados em pontos, o treinador antecipou um final de campeonato «muito apertado», em que a formação com «mais estabilidade emocional», «mais conforto dentro de casa» e «menos conflitos internos» vai ter vantagem.

Para Luís Castro, as dificuldades sentidas pelos clubes grandes após a retoma da competição devem-se parcialmente ao «efeito psicológico» da falta de público no estádio, apesar de crer que as equipas mais «fortes» vão «tomar conta do campeonato» nos próximos jogos.

Quanto ao título conquistado no sábado, Luís Castro fala numa «sensação de alívio» pela retoma do campeonato. «Tenho uma sensação de alívio por termos conseguido ser campeões e pelo campeonato se poder realizar até ao fim. É uma sensação de dever cumprido. As expectativas que coloquei em cima de mim poderiam levar a uma frustração elevada. Quando um treinador ganha, a sensação é a de como quem dá uma prenda a um filho: a felicidade está mais no pai que dá a prenda do que no filho que a recebe», confessou.

O técnico sagrou-se campeão num estádio sem público, devido à pandemia de covid-19. «[A pandemia] surgiu numa altura em que estávamos bem. E, por vezes, até surge aquela sensação egoísta de querermos continuar a competir. Nunca tinha sido campeão em 23 anos e o campeonato parou muito perto de o conseguir. Mas o importante não somos nós, é a humanidade», reconheceu.

Luís Castro disse ainda que o Shakhtar, clube com o qual tem contrato válido até 2020/21, o ajudou a cumprir os desejos de ser campeão e de participar na Liga dos Campeões e que não se «vira as costas a um projeto desses», mesmo que a permanência para a próxima época seja ainda incerta.

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