«Quero acumular a seleção com um clube, sinto que fico mais em forma» - TVI

«Quero acumular a seleção com um clube, sinto que fico mais em forma»

Paulo Jorge Pereira assume a vontade de voltar a trabalhar em clubes, mas sem deixar a seleção de andebol

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A ambição é uma das imagens de marca de Paulo Jorge Pereira. Foi ela que o levou a deixar o comando técnico do FC Porto, em 2006, para poder dedicar-se inteiramente ao andebol.

Foi também essa ambição que se disseminou ao grupo que, em janeiro, conseguiu levar a seleção ao melhor resultado de sempre numa grande competição.

E é também por ela que o técnico volta a assumir a vontade de acumular o comando da seleção com o de um clube. Paulo Jorge Pereira diz que já há contactos nesse sentido e não se coíbe de detalhar aquelas que considera serem as vantagens, mas também as desvantagens, de o fazer, do ponto de vista da seleção.

MF: Já referiu algumas vezes a vontade de acumular o cargo de selecionador com o de treinador de uma equipa. É possível fazê-lo em Portugal?

PJP: Em Portugal, com uma equipa portuguesa, seguramente que não.

MF: Mas está para breve essa possibilidade?

PJP: Há algumas movimentações e espero poder acumular na próxima época. Se não acumular, paciência. Mas espero conseguir fazê-lo porque ainda me sinto com energia para o fazer. A minha vontade é continuar com a seleção - que é um prazer enorme, cantar aquele hino – e, se puder acumular com um clube de um campeonato de referência, melhor ainda. Há possibilidades. Não sei se vai acontecer, mas há possibilidades de isso acontecer. Na Europa.

MF: O que considera que a seleção tem a ganhar de ter o selecionador a trabalhar num clube?

PJP: Eu sei que é muito cansativo, mas também sinto que estou mais em forma quando vamos jogar. Eu recordo-me que quando fizemos o torneio de Espanha [de preparação para o Europeu, em dezembro], estava há meses sem ir para o banco, e estar naquela posição, a ver o jogo daquele ângulo, é diferente. É diferente a forma como interpretamos o jogo e como resolvemos problemas. Sinto que fico mais em forma no que diz respeito a tomar decisões mais rápidas: a fazer uma substituição, mudar o sistema defensivo…

MF: Mas também há desvantagens.

PJP: Claro. Tenho menos tempo para preparar e estudar os adversários. Se estiver num clube, não tenho tanto tempo. Neste Europeu [não estar a trabalhar num clube] acabou por ser bom, porque tive muito tempo para preparar os jogos, sobretudo os da primeira fase.

MF: Já teve essa experiência: estava no CSM Bucareste quando conseguiu apurar a seleção para o Europeu.

PJP: Sim. E ganhámos a Taça Challenge [no clube romeno]. Foi um ano tremendo de trabalho, mas foi altamente produtivo. E é possível fazê-lo, há muitos treinadores nessas circunstâncias. Alguns deles, com êxito.

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