"Houve estabilização política e um pequeno sinal de crescimento" - TVI

"Houve estabilização política e um pequeno sinal de crescimento"

Presidente da República fez o balanço do primeiro ano do Governo liderado por António Costa e espera que, "para o ano", haja mais "crescimento económico", mantendo o rigor financeiro e criando mais justiça social

O Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou, este sábado, que, este ano, "houve estabilização política, estabilidade social, rigor financeiro e um pequeno sinal de crescimento económico no terceiro trimestre".

O que se espera é que, para o ano, esse pequeno sinal se converta num grande sinal de crescimento económico com mais investimento e mais exportações e, se assim for, significa que há mais meios para por um lado se manter o rigor financeiro e, por outro lado, criar mais justiça social”, afirmou.

À margem da cerimónia da 18.ª edição do Prémio do Jovem Empreendedor, no Porto, o Chefe de Estado disse que o que acontece depende do atual governo e da sua capacidade de governar, sendo necessário que a “fórmula governativa” se mantenha unida na sua base e que o governo responda às necessidades do país.

Questionado sobre divergências com o primeiro-ministro, António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que é “inevitável” que existam momentos de discórdia porque o Presidente da República está acima dos partidos e acima dos debates entre governo e oposição.

Aliás, o Presidente da República vetou diplomas quer da Assembleia da República, quer do governo e, algumas vezes, mostrou que concordava ou discordava mais de posições do governo em funções”, disse.

Marcelo Rebelo de Sousa sustentou que essa é a posição que um Chefe de Estado deve ter porque é Presidente da República de todos os portugueses e não da maioria que apoia o governo, nem da oposição que o critica.

 

Portugueses estão mais otimistas

O Presidente da República considerou que os portugueses estão “mais descrispados” porque não existe o clima de tensão que existia há um ano.

Os portugueses estão, sobretudo, mais descrispados, otimistas. Não sei, só perguntando aos portugueses. Estão mais descrispados porque pensam que há hoje um clima sem a tensão que se vivia há um ano quando foi formado um governo e depois formado outro governo e o país ficou dividido em dois”, disse.

O chefe de Estado reagiu assim quando confrontado com uma sondagem em que 71% dos portugueses acredita que o governo de António Costa vai durar até ao final da legislatura.

Em dezembro de 2015 eram metade os que acreditavam num governo até ao fim do mandato (35%) e quase o triplo os que prognosticavam a sua caducidade (52%)”, salientou a sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1, Jornal de Notícias e Diário de Notícias.

Questionado sobre a sondagem, o Presidente da República salientou que não tem de ter opiniões políticas sobre essa matéria, apenas tem de garantir que o governo governa o melhor possível a pensar nos portugueses.

Espero que no ano que vem, além de estabilização política e social, haja mais investimento, mais exportações, mais crescimento e, se assim for, até porque é ano de eleições autárquicas, veremos se se cria de forma sustentada uma situação que permita que o rigor orçamental seja um rigor que não pese muito na vida dos portugueses”, frisou.

 

Presidente não tem de promover ou travar líderes partidários 

Ainda à margem da cerimónia, Marcelo Rebelo de Sousa disse, também, que não tem de promover ou travar líderes partidários, sendo esse um problema dos partidos.

Para o país é bom que o governo seja forte, mas também é muito bom que a oposição seja forte, agora quem vai liderar qualquer dos partidos no futuro é uma decisão dos partidos, a pior coisa que o Presidente da República pode fazer é estar a imiscuir-se na vida dos partidos, tem de ter uma posição arbitral”.

Marcelo Rebelo de Sousa reagia assim a uma notícia avançada hoje pelo jornal Expresso que refere que o Chefe de Estado acha um disparate discutir o comando da oposição antes das eleições legislativas.

"Marcelo Rebelo de Sousa acha um erro o PSD abrir uma guerra de sucessão antes das legislativas”, lê-se.

Reforçando que um Presidente da República não tem de promover, nem de travar líderes políticos, salientou que é “boa” a estabilidade política para o país neste momento.

E acrescentou: “isto significa que é bom que haja na área do governo uma estabilidade que permita aos portugueses acreditar que aquilo que lhes é prometido vai ser cumprido e é bom que haja da parte da oposição uma estabilização de propostas políticas”.

O Chefe de Estado frisou que é “bom” para o país que, nos próximos tempos, haja sinais que permitam converter em crescimento económico aquilo que neste momento foi o cumprimento dos compromissos europeus, o rigor financeiro e a compensação dos setores sociais que haviam sido sacrificados.

Temos de criar mais crescimento para que esta fórmula económica seja mais sustentável”, entendeu.

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